Objetivo: Avaliar o efeito terapêutico das punções do estroma anterior corneal em pacientes com ceratopatia bolhosa (CB).Métodos: Vinte e cinco pacientes com CB sintomáticos, com baixa visão, com e sem indicação de transplante de córnea, foram avaliados antes, uma, 4 e 12 semanas após punções estromais anteriores realizadas com agulha #25 à lâmpada de fenda. Em cada visita, os pacientes foram questionados sobre intensidade da dor, fotofobia, sensação de corpo estranho, além de serem submetidos a exame oftalmológico completo, estesiometria e paquimetria.Resultados: As comparações realizadas entre os valores antes e após o procedimento referentes a dor (p<0,001), fotofobia (p=0,0198), sensação de corpo estranho (CE) (p<0,001), insônia (p=0,0015) e estesiometria (p=0,00654) apresentaram diferenças estatisticamente significantes quanto à diminuição desses sintomas e da sensibilidade corneal. A paquimetria média não apresentou diferença estatisticamente significante entre as avaliações antes e após as punções estromais (p=0,873). Não foram observadas alterações importantes na vascularização corneal após o procedimento.Conclusão: As punções do estroma anterior da córnea representam uma modalidade efetiva, simples e de baixo custo para o tratamento dos pacientes com CB sintomáticos. Anterior stromal puncture in the treatment of bullous keratopathyEste trabalho foi realizado no Setor de Doenças Externas e Córnea do Depto. de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).(1)Mestre e pós-graduando nível doutorado, Setor de Córnea e Doenças Externas do Depto. de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). (2) Residente de 3° ano do Depto. de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). INTRODUÇÃOCeratopatia bolhosa é uma doença da córnea causada pela descompensação do endotélio secundária a trauma, glaucoma ou alterações congê-nitas 1 . O resultado é a formação de edema estromal e bolhas epiteliais e sub-epiteliais, que desencadeam diminuição da acuidade visual, dor, fotofobia e epífora 1,2 . Os pacientes que aguardam ou não têm indicação de transplante de córnea freqüentemente apresentam desconforto significativo. Vários tratamentos são relatados na literatura, com resultados muitas vezes frustrantes. Incluem-se o uso tópico de cloreto de sódio a 5%, antiinflamatórios não-hormonais, medicação anti-glaucomatosa, lentes de contato terapêuticas, recobrimento conjuntival e cauterização [1][2][3] . A punção do estroma anterior da córnea tem sido utilizada com sucesso no tratamento de erosão recorrente, especialmente nos casos em que as lesões estão localizadas fora do eixo visual [4][5][6][7] . O mecanismo de ação parece estar relacionado com a penetração da membrana de Bowman pela agulha, que induz a secreção de membrana basal e formação de novos complexos de adesão entre epitélio e estroma subjacente [4][5][6][7][8] . Os pacientes foram avaliados previamente ao tratamento (inicial ou 0), uma (1), 4 e 12 semanas após o tratamento. A avaliação constou de um formulário com os seg...
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