Após ter vencido Antônio e Cleópatra na Batalha do Ácio em 31 a.C., Otaviano levou o tesouro dos reis do Egito a Roma, criando uma abundância de riquezas que contribui, consideravelmente, para estabilizar as finanças romanas, públicas e privadas, e que provocou a alta do preço da terra e a baixa das taxas de juros. Durante o Principado de Augusto, a economia romana conheceu um período de equilíbrio financeiro. No entanto, este equilíbrio foi rompido no início da década de 30 d.C. quando, de acordo com os relatos de Tácito, Suetônio e Dion Cássio, eclodiu a primeira crise financeira do Império Romano, crise de inopia nummorum (insuficiência de moedas em circulação), no Principado de Tibério. Partindo do estudo dos autores citados e de uma perspectiva comparativa com outras crises financeiras no Império romano, o meu objetivo neste artigo é de apresentar: na primeira parte, algumas considerações sobre as taxas de juros do fim da República ao Principado; na segunda parte, um quadro geral das questões dos empréstimos de dinheiro e das taxas de juros na época de Augusto; para, na terceira parte, propor uma nova leitura da crise de 33 d.C.
Resumo: A sucessão imperial era uma condição sine qua non para a sobrevivência de uma dinastia no Império Romano. Se as duas primeiras dinastias romanas, Júlio-Claudiana e Flaviana, escolheram a sucessão hereditária com algumas adoções no seio da família imperial, a terceira, a Antonina, se organizou quase que substancialmente em torno da adoção como transmissão do poder imperial; adoção que ficou conhecida como "a do melhor". Nesse sentido, no presente trabalho, meu objetivo é apresentar algumas considerações sobre um problema que ainda ronda a historiografia sobre o século II d.C.: a questão da sucessão imperial e a sua relação com a "adoção do melhor" durante a dinastia antonina.
O objetivo deste artigo é apresentar uma reflexão sobre o uso da literatura jurídica como fonte para o estudo da História Econômica, Social e Financeira romana. O artigo se dividirá da seguinte forma: discussão sobre os conceitos básicos de Economia Antiga, Literatura e texto jurídico romano; algumas considerações metodológicas sobre o uso da literatura jurídica como documentação histórica; e exemplos pontuais de possibilidades da escrita da história econômica e financeira partindo da análise da literatura jurídica. Este artigo não tem a pretensão de responder todas as questões postuladas com relação a um tema interdisciplinar de tamanha abrangência; no entanto, objetiva-se apresentar e discutir, preliminarmente, alguns aparatos teórico-metodológicos indispensáveis para empreender esse triplo encontro entre Economia, Direito e História da Antiguidade.
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados.Resumo: Os estudos sobre os profissionais do mundo das finanças e da economia romana ainda são muito elementares devido à falta de documentação sobre o tema, e devido também à diminuição de estudos sobre história econômica e social do trabalho. A elite romana, grande produtora das fontes que chegaram até nós, tinha grande menosprezo pelas atividades técnicas, sejam elas quais fossem; as atividades ligadas às finanças, como a dos emprestadores profissionais de dinheiro, os chamados faeneratores, eram tidas como as mais desprezíveis. Os historiadores contemporâneos se debruçaram largamente sobre o tema dos bancos e banqueiros, mas um profissional do mundo das finanças, conhecido como faenerator, ainda não recebeu a atenção merecida por parte deles, porque durante muito tempo não era visto como um profissional, e sim como executor de uma atividade financeira esporádica que poderia ser desenvolvida por qualquer pessoa. O objetivo deste artigo é apresentar algumas considerações a partir da perspectiva da história econômica e social sobre a profissão de emprestadores de dinheiro a juros, os faeneratores; sobre a forma como eram socialmente vistos pela elite romana; sobre o nível de especialização e, enfim, sobre o impacto econômico e social desta atividade dentro da urbs. Tal estudo parte da análise da documentação escrita de finais da República (século I a.C.) e do início do Império Romano (século I d.C.), e da análise da historiografia contemporânea sobre os profissionais técnicos das finanças na Antiguidade.Palavras-chave: banqueiros, agiotas, faenerator, empréstimo a juros, economia antiga.Abstract: Studies about finance and economy professionals in ancient Rome are still very elementary due to the lack of sources about the topic and also the decreasing number of studies on economic and social labor history. The Roman elite, producer of most sources available nowadays, had much contempt for technical activities, whatever they were. Financial activities, like the one exercised by professional money lenders, the so-called faeneratores, were among the most despised. Contemporary historians have thoroughly researched banks and bankers, but the finance world professionals called faeneratores have not yet received the deserved attention because for a long time many historians considered them not a professional category but practitioners of a sporadic activity that could be carried out by anyone. In that sense, this article intends to discuss some perspectives from economic and social history on money lenders, the faeneratores, how they were regarded by the Roman elite, their level of expertise and the economic impact their activity had inside the urbs. To do so, the article analyzes the documentation from the Late Roman Republic to the Early Empire and the historiography about these finance professionals in...
RESUMO: Neste breve ensaio, o meu objetivo principal é levantar algumas questões no que tange o estudo da Economia romana; procuro pensar no próprio conceito de Economia Antiga, no seu funcionamento, na forma como a estudamos e alguns cuidados que devemos tomar. O objetivo é fomentar um pouco de discussão em torno do tema, que depois do advento da história cultural e da "crise" do marxismo, tem sido tão pouco estudado. Na primeira parte, apresento algumas considerações sobre o debate entre primitivistas e modernistas, sobre a questão das fontes, o conceito de economia para os romanos, e a importância do contexto. Na segunda parte, apresento discussões iniciais sobre a importância do espaço (geo-história) para o estudo das economias romanas. PALAVRAS-CHAVE: Economia Antiga, Império Romano.ABSTRACT: In this brief essay, I intend to expose some questions concerning the Ancient Economy studies; questioning the concept of Ancient Economy itself, its workings, the way we study it and some cares we should have in its regard. My aim is fomenting some debate around the theme, which has been little studied after the advent of Cultural History and the Marxism "Crisis". In the first part of the essay, I present some considerations concerning the primitivist and modernist debate, the sources problem, the concept of Economy for Romans and the importance of context. In the second part, I present initial discussions over the importance of space (geo-history) for the study of Roman economies.
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