As narrativas de Machado de Assis incluem-se na tradição literária da ficção tragicômica. A mistura dos estilos trágico e cômico que caracteriza seus textos principais torna a literatura brasileira nova por meio da ironia de uma enunciação paródica, que inverte as significações usuais das representações burguesas. Em "A cartomante", Camilo, Rita e Vilela formam um triângulo amoroso que cita histórias românticas publicadas nos jornais à época do autor. Usando-as como material de uma estética literária na qual o estilo trágico figura coisas cômicas, e o cômico é sério, Machado dá novas e inesperadas significações aos elementos do melodrama burguês - como casamento, amantes, adultério e morte -, criticando a normalidade dos padrões sociais de representação da sua sociedade.
Resumo O artigo propõe analisar o modo como Machado de Assis faz uso do boato como procedimento composicional em suas crônicas. O cronista evidencia seu uso, buscando uma definição do que seja o boato, bem como organiza seus comentários sobre as matérias dos jornais a partir dessa definição. Para compreendermos tanto a definição como o uso do boato nas crônicas, propomo-nos a estabelecer diálogo entre alguma dessas crônicas e a obra de Jean-Noël Kapferer (1993), cuja pesquisa problematiza os diferentes funcionamentos do boato, entendendo-o de modo transfuncional e, para além da relaçãoverdade-mentira, como um mercado clandestino da informação ou ainda, como diria Machado de Assis, notícias que correm à boca pequena.
Resumo Este artigo propõe-se a tratar de três textos machadianos escritos em 1858 e publicados no jornal Marmota Fluminense. Com base nos textos de Ruth Amossy, Arthur Schopenhauer, Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca, pretende-se compreender a função social da polêmica, como também evidenciar seus procedimentos composicionais, depreendendo nesses textos os modos de funcionamento da polêmica como expediente retórico. Com isso, pretende-se observar a importância da polêmica na pena machadiana, como também sua relevância nas sociedades democráticas. Por fim, este artigo teve como referência dos estudos machadianos as obras de Jean-Michel Massa.
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