Inicialmente, antes de entrar na discussão do tema que nos foi proposto: "defesa e segurança: as posições brasileira e argentina", cumpre ressaltar que procuraremos construir, como o próprio título do artigo adianta, uma visão que contemple mais além do que o simples olhar atual, individual e compartimentado da segurança e da política de defesa nacional do Brasil e da Argentina. Buscaremos imaginar uma visão de segurança comum no Mercosul e uma política comum de defesa, para ambos os países.Esta postura nos parece ser a resposta correta ao processo de transformação recente da economia mundial, descrito como de globalização, mas que mais apropriadamente se colocaria, em nossa opinião, como polarização e que está sendo correspondido no campo político pela criação de pólos de poder, como a União Européia. Existe uma polarização econômica travestida de regionalização. Hoje, ter poder e ser centro exige escala; e países pequenos ou se unem em mercados maiores, Megaestados, como é o caso da União Européia, ou estão fadados a se tornar ou permanecer periféricos.Acresce-se a esta colocação uma outra constatação, presente neste texto, de que o Brasil e a Argentina, juntos, devido a sua atual posição periférica no campo político no cenário mundial, estão geograficamente destinados a subpolarizar e a liderar a formação de um pólo de poder na América do Sul, fruto da cooperação sul-americana.Antes de avançar no tema proposto, é sempre bom lembrar que segurança é um estado e defesa é um ato. Por isso, as questões relativas à segurança devem sempre preceder ao estabelecimento de uma política de defesa. Esta, também, deveria ser a ordem proposta para o tema: segurança e defesa e não defesa e segurança. Primeiro, é preciso estabelecer as bases sobre as quais se possa assentar a segurança da nação, ou das nações e de seus cidadãos. Depois, pensar em como se defender, caso estas bases sejam ameaçadas de rompimento.Outra questão preliminar reside no fato de que a segurança e a defesa de qualquer país são, antes de tudo, uma questão de natureza estratégica. Não são, Rev. Bras. Polít. Int. 42 (1): 127-156 [1999]
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