ResumoNeste artigo apresentamos resultados de pesquisas focados na disciplina de análise, no âmbito de cursos de licenciatura em matemática, tendo como pano de fundo um panorama de como a disciplina vem se estruturando, no cenário brasileiro, no que diz respeito aos seus objetivos, conteúdos e bibliografia. Num primeiro momento vimos, de forma sucinta, como coordenadores de cursos e professores da disciplina compreendem o papel da análise na licenciatura. Num segundo momento, e constituindo o objetivo principal do trabalho, apresentamos o que pensam licenciandos e professores de matemática da educação básica a respeito dessa disciplina, por meio de uma pesquisa qualitativa inspirada em uma postura fenomenológica. Após os procedimentos metodológicos, chegou-se a três categorias abertas: "A presença da análise na licenciatura em matemática", "A análise como corpo de conhecimento" e "A análise e a abertura de horizonte de possibilidades do professor", que foram interpretadas com o intuito de transcender as manifestações de cada indivíduo, em um movimento de síntese compreensiva. Finalmente, num terceiro momento, apresentamos algumas propostas em andamento e perspectivas futuras para os trabalhos sobre ensino de análise. Palavras AbstractThis article presents results of research focused on the Analysis discipline, in Mathematics courses, with the background of a perspective of how the discipline has been structured in the Brazilian scenario, with respect to
O objetivo deste artigo é proporcionar ao leitor um encontro com uma situação ficcional composta em forma de intermezzo, ou seja, de intervalo improvisado entre dois atos de uma peça musical. Por meio de um corte-devir num desdobramento do chamado paradoxo de Russell, a intenção é levar o leitor a desmontar-se junto às entrelinhas dessa peça musical torta e dissonante, de forma a compor junto a ela suas próprias interpretações acerca da formação do professor de matemática, bem como de todas as ramificações que desse tema podem desabrochar. Um encontro com dedos, tentando capturar notas na velocidade infinita de uma obra sempre inacabada. Um mergulho em linhas emaranhadas, notas vibráteis, agenciadoras de desejos, sempre à espreita de linhas de fuga.
Este artigo devir ensaio que irrompe de exercícios que estamos fazendo numa busca por fendas e brechas e ranhuras em nossa tese de doutorado, já defendida, na qual criamos possibilidades para compreender o que pode o rigor em cursos de licenciatura em matemática quando considerado na ordem do acontecimento – um rigor que se desdobra em várias possibilidades quando se retira o artigo definido masculino que o acompanha. Naquele momento, a partir de um olhar para entrevistas feitas com licenciandos e professores de matemática, ainda em nosso mestrado, e de largo estudo teórico, trabalhamos incansavelmente na composição de narrativas que ajudaram a construir um lugar de respiro – assim como praticantes de yoga, inspiramos e expiramos profundamente na tentativa de abrir espaço entre os órgãos aparentemente conexos. Encontramos uma possibilidade de tratar o rigor discursivamente e de olhar para falas de uma professora que ensina matemática, sem interpretações ou julgamentos, apenas observando seus afetos passando e atravessando, mostrando-nos novos possíveis para rigor em todas as suas entrelinhas. O resultado desse movimento de des(re)construção do rigor deixou uma infinidade de lacunas e, sendo assim, novas reflexões tornam-se urgentes. Deste modo, o objetivo deste artigo-ensaio é o de adentrar numa das fendas encontradas, continuar compondo e experimentando e, parafraseando Manoel de Barros, repetindo e repetindo até ficar diferente. Mas, que fenda seria essa? Aquela em que adentramos ao tentarmos estabelecer uma linha divisória entre práticas docentes e práticas de estudantes, quando levamos em consideração práticas, táticas e estratégias operadas no interior dos limites de cursos de licenciatura em matemática. Através de um convite para que visitemos pensadores da diferença, tais como Deleuze, Guattari, Rolnik, Foucault, Nietzsche e Lapoujade, tentamos construir uma relação docente-estudante pautada no desejo – um desejo como lugar a ser ocupado por afetos que pedem passagem. No entanto, para conseguir operar tal prática desejante, entendemos que, antes, é preciso compor uma fuga e deixar para trás tudo aquilo que identifica e que rotula – ou seja, abandonar o eu e vislumbrar uma composição de algo totalmente conectado aos outros que circundam e aos afetos que atravessam. Nesse caminho, através de um encadeamento de ideias e de alguns desdobramentos e de duas conjecturas e de uma multiplicidade de entrelinhas, este artigo-ensaio possibilita um pensar sobre a relação docente-estudante a partir de um prisma fora de qualquer categorização prévia, seja em relação às características identitárias ou, mesmo, de práticas devidamente assentadas em modos de agir que garantem a permanência de tais práticas. Uma relação que assume a alteridade e que não vê no outro um lugar distante e inalcançável e que nos falta, mas, sim, que enxerga no outro um ser que coabita e que participa integralmente daquilo que nos tornamos a partir de práticas que compartilhamos. Uma relação docente-estudante pautada na ordem do acontecimento, que compõe existências autênticas e que afirma formas de resistências. Novamente, repito: este artigo devir ensaio e é um convite para que pensemos sobre práticas de professor e práticas de estudante operadas na ordem do acontecimento.
Este artigo foi composto com o objetivo de tecer reflexões acerca de uma história da problematização daquilo que conhecemos por rigor, que se relaciona com disciplinas de Análise em cursos de licenciatura em matemática, tendo como principal motivação as divergências encontradas entre o que se espera daquela disciplina e o que, de fato, ocorre em salas de aula dos referidos cursos. Assim, utilizando um recorte de nossa dissertação de mestrado, seguimos rastros discursivos em que o enunciado “Análise” aparece em relação com outros enunciados e/ou discursos. Fizemos isso operando em aliança com o pensamento de Michel Foucault, mais especificamente aquele atrelado ao que ele denominou por Arqueologia, na tentativa de oferecer alguma resposta ao seguinte questionamento: o que pode uma disciplina de Análise? Nossos resultados proporcionam possibilidades de escape aos discursos comumente disseminados no interior da disciplina em comento, de maneira que encontramos pelo menos seis séries discursivas, nas quais o enunciado “Análise” estabelece alguma relação: relações com práticas de decomposição; relações com práticas de Geometria: análise e síntese; relações com práticas metodológicas de Cálculo Diferencial e Integral; relações com práticas limitantes infinitas e relações com práticas estruturantes de um corpo ordenado completo. Ao final, há uma breve reflexão acerca dos resultados encontrados, de modo que deixamos aberta ao o leitor a possibilidade de seguir suas próprias pistas e compor seu próprio caminho discursivo no emaranhado em que se encontra a disciplina de Análise.
Este artigo apresenta movimentos de uma pesquisa de iniciação científica em desenvolvimento, a qual vem construindo um estudo hermenêutico acerca do livro “Manual Prático de Cálculo Diferencial e Integral: fácil e atraente”, escrito pelo engenheiro francês Gustave Bessière e publicado pela primeira vez em 1928, em Paris, na França. Nossas inspirações incidem sobre um movimento histórico de compreensão a respeito do ensino de Cálculo em universidades brasileiras e sobre como a disciplina se relaciona com o ensino médio. A partir de alguns movimentos – nos quais traçamos uma introdução trazendo um panorama histórico para o ensino de Cálculo; um incômodo; uma trajetória de pesquisa na qual o livro torna-se objeto de estudo; alguns apontamentos sobre a metodologia utilizada (Hermenêutica de Profundidade); descrições preliminares relativas às traduções da obra e de seu conteúdo; fatos sobre a vida do autor e alguns vislumbres futuros – tentamos evidenciar a relevância do livro em um cenário educacional internacional e, sobretudo, brasileiro. Com isso, esperamos contribuir para que a obra de Gustave Bessière, ainda desconhecida por muitos pesquisadores em nosso país, possa ser amplamente divulgada, inspirando novos movimentos de pesquisa.
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