Resumo: Neste artigo, busca-se analisar a produção do sujeito político feminista no contexto da cidade de Porto Alegre, a partir das trajetórias de personagens que fizeram parte de um momento político: o “racha” da Marcha das Vadias, em 2014. Trata-se de um estudo qualitativo, para o qual foram realizadas sete entrevistas etnográficas, com ênfase na narrativa biográfica. As trajetórias analisadas, partindo das experiências, apontam para identificações com os feminismos de forma plural, sendo possível compreender de que modo a identidade política feminista se intersecciona com marcadores sociais da diferença como classe social, raça, geração e identidade de gênero. Esse estudo possibilita a visibilização de um conflito potente para a construção e pluralidade dos feminismos contemporâneos.
Esse artigo coloca em questão o conceito de resistência para pensar o feminismo anarquista, anarca-feminismo, ou ainda, as políticas queer, e os modos de fazer política que consideramos que escapam do esperado, não percorrem caminhos institucionais e que utilizam estratégias fora do alcance do Estado. A partir de conceitos que envolvem a analítica de poder, do Foucault, compreendemos como o Estado está imbricado nas construções dos modos de vida, opressões e hierarquias. A partir desta análise, abordaremos o anarquismo enquanto uma estratégia atrelada à resistência, que deve ser compreendida enquanto uma prática de liberdade e, ainda, enquanto uma forma de rejeição da tutoria e autoridade que controlam as subjetividades.
Esse artigo parte de reflexões e análises durante o período de isolamento social devido à pandemia da Covid-19 de forma a pensar como que o cuidado é atuado nesse período onde as mulheres se veem no contexto do “trabalhar em casa”. Julga-se necessário falar da especificidade da branquitude de maneira a desnaturalizar a neutralidade do ser mulher, pontuando que enxergar esse fenômeno apenas por uma ótica da “divisão sexual do trabalho” invisibiliza as relações de opressão e privilégios que faz uma rede de cuidados ser possível. Articulamos com o conceito de interdependência, para refletir que para o sistema se manter e o cuidado acontecer, tarefas tendem a ser delegadas, eximindo-se de responsabilidades mesmo em contextos de pandemia. Concluímos que é mais que necessário reorganizar redes de modo que a responsabilidade coletiva exista no cotidiano para além dos tempos de crise.
No lugar de pesquisador e pesquisadoras no campo da Psicologia Social, partimos do sentimento de angústia para pensar o processo do fazer pesquisa. Problematizamos como as inquietações, dúvidas e incertezas ao longo da experiência de pesquisar produz o sujeito pesquisadora. Sujeito, esse, que não estará sozinho, uma vez que se relaciona constantemente com o campo de pesquisa em que se insere. Como tornar essa prática reflexiva e ética no modo de fazer pesquisa? Para isso, buscamos compreender a ética diferentemente dos protocolos, pensando essa enquanto uma atitude que borra as fronteiras de quem pesquisa e de quem é “pesquisado”. A partir do exercício da escrita e do diário de campo, podemos pensar como se constrói a todo tempo esse sujeito que se inquieta, se angustia e que possibilita uma reflexão ética frente às suas prácticas.
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