Resumo: O objetivo deste artigo é analisar a comensalidade e a antropofagia como metáforas que ligam poder, conflitos, violência e feitiçaria na África Subsaariana com base na revisão bibliográfica. O imaginário da feitiçaria continua a proliferar-se em todos os setores da vida social e acompanha os processos de urbanização e modernização. A feitiçaria e as imagens de banquetes antropofágicos representam uma tentativa de explicar e domesticar eventos históricos traumáticos, tais quais a colonização e a escravidão, a urbanização e as rápidas mudanças sociais, econômicas e políticas, por meio de reacomodações criativas que envolvem cosmologia, noção de pessoa e relações sociais, mas favorecem, ao mesmo tempo, a propagação da violência e do medo.
O terreiro de candomblé apresenta-se como espaço de concentração e emanação de ase (a forca sagrada que está na base da vida), de presentificacão do sagrado, de preservação e materialização da memória ancestral. E eixo do egbé (a comunidade de terreiro) e de uma série de caminhos percorridos por pessoas, animais, materiais, objetos, conhecimentos, valores, ideias, sentimentos e ações. Apresenta-se como espaço de resistência, de preservação e transmissão das tradições de matriz africana e de valores culturais que se opõem aqueles da cultura dominante.
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