Os projetos de extensão e pesquisa das universidades precisam se haver com o racismo manifesto nas relações entre pessoas e nos dados estatísticos sobre morte dos brasileiros. O mapa da violência de 2016 explicitou mais uma vez o extermínio de jovens negros do sexo masculino. Como o luto é elaborado pelos familiares e quais as condições que freariam a violência? O objetivo do artigo é apresentar o projeto de extensão “Escuta Clínico-Política de Sujeitos em Situações Sociais Críticas”, que nasceu com o intuito de ouvir mães que perderam filhos em situações de violência de Estado e oferecer atividades para adolescentes e jovens em luta pela vida. Um dos métodos utilizados nas ações extensionistas foi a oferta de uma roda de conversa, “Hip-hop e o enfrentamento à Violência”, cujo resultado foi a emergência de três temas: cultura hip-hop como um sonho possível; manifestação cultural como ponto de ancoragem para os sujeitos; e arte como modo de ocupação dos espaços públicos. Assim, os autores convidam os psicólogos a criarem espaços de fala, escuta e ação que resistam ao racismo, à violação de direitos e problematizem as condições que geram a desigualdade social brasileira.
O objetivo é identificar e refletir sobre o que a música rap tem a dizer a respeito do extermínio da juventude negra, pobre e periférica no Brasil, a partir da análise das canções do grupo Racionais MC’s. Essas músicas apresentam elementos afetivos, reflexivos e políticos sobre o tema. Anualmente, os homicídios de jovens, no país, conforme dados estatísticos, apresentam índices superiores aos de países em condição de “guerra declarada”. No caso brasileiro, essa situação pode ser mais complexa, pois o extermínio – em suas várias formas e seus diversos motivos – expressa-se na vida cotidiana como prática cultural, por isso é naturalizado, consentido e desejado por parte significativa da sociedade.
Resumo Objetiva-se apresentar uma leitura crítica sobre as interfaces entre a invisibilidade social da juventude periférica e a arte, especificamente com a cultura hip-hop. A partir da abordagem marxista e da linha metodológica da história oral, foram entrevistados três sujeitos integrantes dessa cultura. A pesquisa realizada demostra ser importante que essa arte esteja articulada à cotidianidade dessa juventude, com base em suas sociabilidades territoriais significativas de ações políticas e expressões afetivas.
Resumo: A finalidade deste artigo é apresentar alguns aspectos relevantes sobre a relação entre arte e Serviço Social. Com base em contribuições teóricas, na perspectiva interdisciplinar, na investigação qualitativa exploratória e com delimitação artística na música rap, foram analisadas duas canções: Periferia é o alvo, do grupo Visão de Rua – Dina Di (1976-2010), Tum e DJ O.G – e Rap é compromisso, de Sabotage (1973-2003). Inicialmente, apresenta-se a introdução; os procedimentos metodológicos; uma breve discussão teórica sobre a história da arte. Em seguida, um diálogo interdisciplinar sobre a arte; e, depois, apresenta-se a trajetória e as contribuições de Dina Di e Sabotage. Por fim, um debate sobre a formação, condição e expressão do ser-artístico. Ficou evidenciado que a arte, nesse caso, a arte periférica, o rap, é uma das modalidades artísticas que mais contribui para a profissão, pois apresenta o cotidiano repensado, ou seja, visto de modo crítico, além de apresentar subjetividades, peculiaridades e coletividades dos modos de vida, bem como elementos político-afetivos com base nas experiências socioterritoriais.
Este artigo contém reflexões acerca do atendimento em situação de violências contra crianças e adolescentes. Sob uma perspectiva interdisciplinar e com apoio na experiência profissional em serviços de atenção a esse público – vivência profissional constituída na relação entre teoria, mediação e prática –, problematiza-se e reflete-se sobre os sentidos e as complexidades no tratamento das violências em suas diversas expressões e linguagens (como de abuso sexual); os desafios e as possibilidades do trabalho sociofamiliar; o atendimento voltado para a pessoa que praticou a violência; o trabalho em equipes multi e interdisciplinar; e a articulação com o Sistema de Garantia de Direitos (SGD). Dentre as várias considerações apresentadas, destaca-se a importância de os serviços de atendimento, bem como a rede interinstitucional, serem compostos por profissionais identificados com essa modalidade de atuação e qualificados para desenvolver ações éticas, reflexivas e criativas e, ainda, que os serviços/profissionais tenham as condições adequadas a esse tipo de trabalho. Considera-se também primordial a “escuta das linguagens”, ou seja, dos silêncios, gestos e das palavras dos sujeitos atendidos, para identificar e respeitar a sua singularidade.
Resumo: Neste artigo, são apresentadas algumas técnicas e estratégias para viabilizar a mediação de conflito, bem como a valorização do lugar de escuta, como dispositivos para que o mediador consiga apreender as questões em disputa, os ditos e não ditos, e os envolvidos possam refletir e tomar suas decisões.
Resumo: O objetivo deste artigo é oferecer subsídios para o debate sobre a questão da juventude no Brasil, considerando sua diversidade, em seus vários aspectos. Assim, para realizar uma reflexão sobre juventude vítima de homicídios, criminalização e invisibilidade, na atualidade, toma como referência dados estatísticos e alguns acontecimentos abordados pela mídia. Considera as condições concretas e subjetivas que envolvem o modo de vida do jovem no Brasil. Analisa os processos constitutivos da criminalização e invisibilidade relacionados à juventude. Finaliza com reflexões voltadas para a importância do olhar crítico, da arte como mediação para o enfrentamento político e das ações intersetoriais, com base nos direitos humanos. Palavras-chave: Juventude. Criminalização. Invisibilidade.
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