Introduçãom 2015, a água servida ao abastecimento público concomitante a geração da energia hidrelétrica foi responsável pela produção de 64% da eletricidade consumida em território nacional, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2016).Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econô-mico, para atender tais demandas é necessário que a disponibilidade hídrica seja monitorada e gerenciada regionalmente, e instituições e políticas robustas são necessárias para fazer o melhor uso da água disponível (OCDE, 2015).Esses fatores são desafios que exigem ações efetivas dos gestores que operam e se utilizam dos reservatórios. Tais agentes podem estar envolvidos em um modelo de gestão pública, em que há intervenção do Estado na atividade produtiva (Abranches, 1979) ou em um modelo de gestão privada, que visa à racionalização das atividades, afinando-se organização, regulação e planejamento territorial com os desígnios de grupos corporativos nacionais ou multinacionais (Ramalho, 2006). Diante da contextualização apresentada, este artigo analisa a gestão de reservatórios em meio aos conflitos pelo uso da água, através de entrevistas realizadas com representantes de empresas públicas e privadas que operam e utilizam reservatórios construídos para a finalidade hidroenergética, e que foram vocacionados para o abastecimento público.Os entrevistados participaram da pesquisa no terceiro trimestre de 2015, possuindo mais de cinco anos de atuação nas empresas, sendo três públicas, uma operadora (Emae) e uma usuária (Sabesp) das águas do reservatório Billings e outra encarregada de fiscalizar e monitorar a poluição (Cetesb); além de uma empresa privada (AES-Tietê) que opera as águas de Barra Bonita, incluindo a participação da Capitania Fluvial do Tietê-Paraná, como instituição atuante na fiscalização deste reservatório. As entrevistas, amparadas pela fundamentação teó-rica, buscam identificar as ações conflitantes entre os usuários e operadores dos
Resenha da obra - Planejamento ambiental: teoria e prática da bióloga Rozely Ferreira dos Santos.
Os reservatórios de água, além de garantir a potencialidade das usinas hidrelétricas, contribuem para o abastecimento público de muitas cidades localizadas próximas a seus domínios hídricos. Na perspectiva de uma pesquisa qualitativa, este artigo tem como objetivo analisar criticamente a gestão compartilhada do reservatório Billings e do reservatório de Barra Bonita, ambos localizados no Estado de São Paulo, buscando compreender os conflitos que envolvem o uso dos reservatórios e analisar os fatores que resultam nos principais passivos ambientais envolvidos. A hipótese geral sustenta a ideia de que uma gestão compartilhada pode subsidiar a redução dos passivos ambientais existentes nos reservatórios. Trata-se de uma pesquisa realizada por meio da análise de ações desempenhadas por empresas controladas pelo poder público e privado. As análises dos resultados foram norteadas por referenciais teóricos e experimentais. Como metodologia, foram aplicadas entrevistas a representantes da Emae, Cetesb, Sabesp e AES-Tietê visando compreender a gestão dos reservatórios e permitir os fatores que resultam nos principais passivos ambientais envolvidos. Os resultados identificaram dificuldades em conduzir uma gestão compartilhada entre os usuários e operadores dos reservatórios, e a partir de tal análise, será possível elaborar medidas que reduzam os passivos ambientais que atingem os reservatórios.
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