O atual período tecnológico tem origem após 1970 e caracteriza-se, segundo Santos (2012), pela forte interação da técnica, ciência e informação, elementos responsáveis pelo surgimento de uma nova estrutura social e econômica, com implicações diretas no espaço geográfico, agora denominado meio técnico-científico-informacional. No Brasil, a distribuição de infraestrutura técnica para a modernização do país revela a heterogeneidade no território derivada das estratégias adotadas pelo Estado e pelo capital industrial e financeiro. Nesse contexto de desigualdades socioespaciais se insere a recém-criada Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN), composta por municípios cujas características são mais ou menos representativas do atual período tecnológico. Nesse sentido, este trabalho dedica-se a analisar o processo de modernização da RMVPLN, considerando as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico e tecnológico, implementadas ao longo das últimas cinco décadas e seus reflexos na região.
Com base em uma revisão do conceito de centralidade, apoiada em aportes da geografia e do urbanismo, objetiva-se ressaltar os atributos de centralidade da cidade de Campos do Jordão (SP), em distintas escalas de tempo e da organização espacial. Para isso, procedeu-se a uma leitura da história da cidade com o intuito de reconstituir a estruturação do espaço urbano, evidenciando a dinâmica demográfica e de atividades econômicas deflagrada pelo turismo, a produção de centralidades intraurbanas socialmente segmentadas e a centralidade de Campos do Jordão no espaço regional e microrregional. A metodologia utilizada inclui, além da pesquisa bibliográfica e documental, procedimentos de quantificação, uso de técnicas de geoprocessamento e análise espacial e observações in loco. As constatações empíricas possibilitaram fazer apontamentos para uma discussão sobre a racionalidade da cidade mercadológica que se impõe, simbólica e funcionalmente, sobre as dinâmicas da população moradora, alimentando disparidades sociais e conivência do poder público na depreciação dos direitos de todos à vida digna na cidade.
Os primeiros sinais da pandemia da COVID-19 tiveram início na China no final de 2019, e os registros da doença no Brasil no início de 2020, tornando-se a mais grave questão sanitária da humanidade. De proporções similares ao restante do país, na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a rápida progressão de casos confirmados e óbitos registrados mostrou alterações na estrutura socioeconômica regional. Com a utilização de boletins, buscou-se mapear a evolução quantitativa da primeira onda nos 39 municípios da região. Foram também observadas outras condições socioespacias desiguais ligadas à saúde intrarregional, a exemplo da distribuição e busca de leitos de UTI, um parâmetro essencial no enfrentamento da pandemia. Procurou-se correlacionar a esta análise a discussão teórica sobre a desigualdade socioeconômica, escancarada pela pandemia, salientando a importância de programas de transferência de renda e analisando dados sobre o Bolsa Família e Auxílio Emergencial. Nas considerações finais, tais análises conjunturais foram cotejadas à questão do desenvolvimento regional e seu planejamento, tal como referenciado pelo quadro normativo de regiões metropolitanas, em vista da elaboração de novas bases teóricas para enfrentamento de realidades complexas e apoio ao debate social sobre ações pactuadas em âmbito interfederativo e societário.
ResumoA Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN) configura-se como cenário riquíssimo para estudos sobre as representações sociais. A atual conformação territorial revela a ocorrência de processos históricos peculiares a cada municipalidade dessa região e, portanto, é notável a heterogeneidade em seu conteúdo socioespacial. O estudo das representações sociais tem possibilitado a interpretação das realidades regionais por meio da leitura do espaço construído e de seus símbolos. Para este estudo foram selecionados os municípios de São José dos Campos e Arapeí, nos quais os contrastes socioespaciais são representativos da diversidade regional e cujas identidades locais são bastante singulares. Tais municípios foram analisados sob a perspectiva da representação social considerando as simbologias que consolidaram as identidades criadas e ressignificadas ao longo do século XX. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo analisar São José dos Campos e Arapeí considerando as paisagens construídas e as representações sociais propagadas pelos respectivos poderes públicos locais. Palavras IntroduçãoOs estudos sobre representações sociais difundiram-se, desde a década de 1960, a partir da Psicologia Social para diversas disciplinas do conhecimento. Entendendo as representações sociais enquanto saberes que uma sociedade elabora sobre si, que os diferentes grupos sociais constroem sobre suas experiências em dado contexto sociocultural, esses estudos tornam-se em nossos dias de grande importância no campo do planejamento urbano e regional.Dado que as representações sociais são fundadas nas práticas sociais inerentes à incessante reorganização da vida social -mediante a ação de sujeitos sociais agindo no espaço de vida em comum (espaço público) -e nos processos de comunicação que a sustenta, constituem a dimensão da significação desse espaço de vida.Em razão de ser a esfera pública o espaço da ação, do discurso e da diversidade de perspectivas dos sujeitos sociais em relação às preocupações comuns com o espaço de vida em comum e aos projetos para o futuro, as representações sociais estão, hoje, no centro do debate sobre as experiências de participação social e cidadania em diferentes regiões e cidades nas quais se elabora a reconstrução coletiva do sentido do lugar social e, por conseguinte, do lugar ele próprio, com seus potenciais de transformação.No intuito de uma apropriação dos aportes teóricos das representações sociais, a presente discussão propõe-se compreender as relações entre paisagens construídas e representações sociais do espaço urbano de São José dos Campos e Arapeí (Figura 1), enquanto mediações para um cotejamento dos modelos de desenvolvimento urbano-regional implementados por esses dois municípios paulistas no contexto histórico de remodelação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN).O exercício de análise e a discussão proposta trazem uma compreensão do processo de transformações do espaço urbano dos dois municípios e de algumas representações sociais legi...
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