O propósito deste artigo é explorar a especificidade de um panfleto de Thomas Paine pouquíssimo estudado pelos historiadores, Dissertation on First Principles of Government (1795), no cenário das relações entre liberalismo e democracia na passagem do século XVIII ao século XIX. Trata-se de discutir a maneira como o revolucionário inglês – que foi ator, testemunho e intérprete da Era das Revoluções – elaborou uma formulação teórica que o afastou tanto do pensamento e das práticas jacobinas quanto das legislações e discursos dos deputados termidorianos durante o período da República Termidoriana (1794-1795) da Revolução Francesa. Para tanto, iremos recorrer também a outros textos e cartas do autor e discutir suas mudanças em relação aos panfletos anteriores, como Common Sense e Rights of Man. Com isso, pretende-se abrir novas perspectivas a respeito da obra de Paine e de seu lugar na história do pensamento político.
Resumo: Este texto tem como propósito elucidar a existência de um problema histórico e historiográfico que envolve a figura de Thomas Paine e em decorrência do qual sua importância e lugar na história não têm recebido o devido reconhecimento. Para demonstrar os porquês da existência do "problema Paine", faz-se mister apresentar uma breve exposição da vida e obra do autor, um levantamento e avaliação das questões que envolvem suas biografias, as publicações de suas obras completas, e os debates sobre seu legado e sua fortuna historiográfica. Nossa abordagem enfatiza três textos de Paine que, embora consideremos fundamentais no estudo das revoluções democráticas do final dos Setecentos, têm sido pouco ou mal explorados pela historiografia.Palavras-chave: Thomas Paine; Liberalismo; Democracia. The (mis)fortune of Thomas Paine: a historical and historiographic problemAbstract: The present text aims to demonstrate the existence of a historical and historiographical problem concerning the persona of Thomas Paine. Moving from this problem, Paine's place in history has not received well-deserved recognition. In order to demonstrate the reasons for the existence of the Paine problem, it is necessary to present a brief exposition of the author's life and work, a survey and evaluation of the questions that concern his biographies, the problems concerning the publications of his complete works, and the debates about his legacy and his historiographical fortune. The present article emphasizes three texts by Paine which have been little or hardly explored by historiography, although we consider them fundamental in the study of the democratic revolutions of the late 18th century.
Resumo Este artigo versa sobre o viajante e pensador londrino John Walking Stewart (1747-1822), figura pouco estudada entre os historiadores. Quase todos os registros encontrados sobre o andarilho consideram-no, tanto em sua época como na posteridade, um “excêntrico”. De acordo com Benjamin Rush, o próprio autor teria dito que, “enquanto o centro da conduta ordinária for o erro”, ele estaria em “estado de excentricidade para sempre”. Seus textos são permeados por temas como o vitalismo, o espinosismo e o fascínio pela Índia, o que levou os historiadores a o qualificarem como um antecessor do “vegetarianismo romântico”, do “pós-estruturalismo”, do “socialismo owenita” e do “pós-humanismo”. Apoiado na escassa historiografia sobre o assunto, nos escritos do autor (em especial, Apocalypse of Nature e The Revelation of Nature) e nas diversas fontes primárias a que tivemos acesso (principalmente seu obituário, os textos de seu amigo De Quincey e de seu parente Brande), este artigo propõe-se a compreender e superar o paradigma da excentricidade na interpretação da vida e obra de Stewart, auxiliando no entendimento tanto do autor em seu próprio tempo, quanto da própria natureza do Iluminismo Tardio. Pretende-se, em resumo, oferecer outros caminhos de compreensão da vida e da obra de Walking Stewart.
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