Malformações arteriovenosas (MAVs) envolvendo a medula e seus envoltórios são bastante conhecidas como causa de morbidade e mortalidade. Desde a introdução da angiografia medular seletiva, diferentes tipos de MAVs têm sido descritas, e a história natural desse tipo de doença tem sido elucidada. Elas podem ocorrer na dura-máter, na pia-máter ou na medula, podendo ser congênitas ou adquiridas. A classificação apresentada a seguir divide as MAVs medulares em dois tipos, as dístulas durais e as MACs intradurais, estas subdivididas ainda em juvenis, glômicas e cirsóides: as durais são nutridas por artérias durais e as intradurais, por artérias medulares.
Teodósio II governou o Império Romano do Oriente, já separado administrativamente da porção ocidental, por longos quarenta e dois anos (408-450 d.C.). Um dos primeiros registros que se dispõe da sua personalidade é fornecido pelo escritor eclesiástico Sócrates de Constantinopla que o descreveu, no livro VII da sua História Eclesiástica, como "extremamente doce em comparação a todos os homens que estão sobre a terra". Relatos dessa natureza, dentre outros do período, que chegaram até nós, certamente contribuíram para a construção, pela historiografia antiga e moderna, de uma imagem de desaprovação desse imperador. Nesses relatos, Teodósio II é associado a um governante ineficiente, fraco e suscetível de ser manipulado pelas redes de influências de poderosos cortesãos e bispos da hierarquia eclesiástica em construção.Essa perspectiva negativa das ações de Teodósio II frente aos desafios que lhes foram apresentados foi, em grande medida, realçada pelos intermináveis conflitos teológicos protagonizados por diferentes facções episcopais que buscavam se afirmar como referência em ortodoxia a ser seguida. A sensação de caos que teria caracterizado aquele contexto, de acordo com algumas análises historiográficas, projetava uma falta de autoridade das ações imperiais na condução desses conflitos.Isso poderia, inclusive, ameaçar a sua posição de governante. Contudo, esse viés de análise tem sido reavaliado por pesquisas mais recentes que buscam encarar a documentação textual do período como artefatos discursivos retóricos de alta carga subjetiva. Como já alertava Jean-Michel Carrié (1999) -na introdução da obra conjunta com Aline Rousselle, L'Empire Romain en Mutation: des Sévères à -muitas vezes produzida em momentos de conflitos, a documentação do período, à primeira leitura, pode induzir o historiador a interpretar os acontecimentos em
Resumo Teodósio II governou o Império Romano do Oriente de 408 a 450 d.C. A memória da sua atuação ficou marcada como um imperador pouco habilidoso na condução político-administrativa do Império, sobretudo no que se refere ao gerenciamento da Controvérsia Nestoriana. Essa controvérsia teológica opunha os bispos Cirilo de Alexandria e Nestório de Constantinopla acerca da interação entre as naturezas divina e humana do Cristo. Relatos posteriores a sua morte, ocorrida em 450 d.C., como os de Prisco de Pânio, Evágrio Escolástico e João Malalas ressaltavam o seu caráter inconstante por alternar apoio entre as facções que se formaram em apoio aos dois bispos. Ao se analisar as cartas imperiais e episcopais produzidas durante o conflito, inseridas na obra Acta Conciliorum Oecumenicorum (ACO), por meio do método prosopográfico, percebe-se a presença de funcionários imperiais, civis e militares, se associando aos bispos na questão teológica. Uma vez que na Antiguidade Tardia questões religiosas permeavam as demais esferas da vida social, o objetivo desse artigo é demonstrar que a alternância de apoio do imperador, longe de caracterizar fraqueza nas suas decisões, se inseria na estratégia de contrabalanceamento de poderes entre as aristocracias imperiais, no sentido de manter sua centralidade frente ao poder imperial.
Nestório foi bispo de Constantinopla de 428 a 431 d.C. Durante seu breve episcopado à frente da sé da capital do Império Romano do Oriente, protagonizou a emergência de um conflito teológico que se tornaria central nas discussões cristológicas dentro da hierarquia eclesiástica na Antiguidade Tardia. Nestório defendia uma conjunção (συνάφεια) entre as naturezas humana e divina no Cristo, enquanto seu principal oponente, o bispo Cirilo de Alexandria, advogava uma união (ἕνωσις) entre elas. Por suas ideias, Nestório foi declarado herético pelo Concílio de Éfeso I (431), mas sua noção de divindade seria retomada e atualizada vinte anos depois, no Concílio de Calcedônia (451), sem, contudo, obter uma revisão da sua condenação. Em sua defesa, Nestório escreveu uma apologia a sua doutrina e posição pessoal: o Liber Heraclidis. Sem se restringir aos aspectos teológicos da doutrina de Nestório, o objetivo desse artigo é propor uma forma de abordagem para esse documento que nos possibilite inseri-lo dentro de uma problemática mais ampla, de natureza político-religiosa, relacionada a uma forma de se pensar a natureza do poder imperial.
Resumo1 Pós-graduanda em Comunicação Popular e Comunitária na UEL, graduada em Comunicação Social -habilitação em Relações Públicas. 2 Mestre em Comunicação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), graduado em Comunicação Social -habilitação em Relações Públicas (UEL) em atualmente professor do departamento de Comunicação -UEL.Ao identificar a pluralidade de sentidos contidos em um mesmo conceito e mostrar que essa polifonia é a expressão das diferenças sociais, políticas e ideológicas na realidade concreta, é preciso esclarecer a historicidade das palavras e de seu uso em estudos e temáticas específicas. Este artigo discute as possibilidades políticas, construídas historicamente, do uso do conceito de cidadania e identifica a alternativa mais propositiva para a postura do profissional de Relações Públicas comprometido e defensor dos pressupostos, idéias e práticas da Comunicação Comunitária. Palavras-chave: Palavra. Polifonia. Cidadania. Relações públicas comunitárias.DOI: 10.5433/1679-0359.2011v32n1p51
AbstractWhile identifying the plurality of meanings contained in a single concept and that such polyphony is an expression of social, political and ideological differences in concrete reality, the etymology of words and their use in specific studies and themes should be clear. The present article discusses political possibilities, historically constructed, of the use of the concept of citizenship and identifies the most comprehensive alternative for the conduct of the Public Relations professional committed to the presuppositions, ideas and actions within the communitarian communication. Keywords: Word. Polyphony. Citizenship. Communitarian public relations.
IntroduçãoA escolha das palavras, em nosso cotidiano, é um fenômeno tido como natural e espontâneo, despreocupado dos sentidos políticos contidos nos conceitos, que se mostram plurais.Metodologicamente, pode-se identificar as palavras como expressão das desigualdades ideológicas da realidade e, assim, reconhecer a necessidade de esclarecimento da historicidade dos conceitos que constituem o universo de termos dos campos de
O presente artigo é um estudo sobre a humanização no ambiente interno de hospitais. Apresenta, em um primeiro momento, uma abordagem sobre a complexidade do ser humano, expondo a importância da valorização de sua subjetividade. Após esse enfoque, explora-se o conceito de humanização e as implicações que esta produz tanto na relação funcionário-paciente, quanto na relação funcionário-funcionário. Para tal, explora-se a relação intrínseca que há entre a humanização e a comunicação. A fim de embasar a relação apresentada, é utilizado como exemplo o HumanizaSUS, presente no sistema de saúde do Brasil.
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