Este artigo tem por objetivo analisar a comercialização da produção da agricultura familiar nas feiras livres de cinco municípios do Alto Jequitinhonha, Minas Gerais. O estudo se baseou em consulta à literatura e bancos de dados, e em pesquisa de campo com feirantes. Os resultados indicam que feiras livres geram parte importante das rendas desses municípios e dos agricultores, e que a diversidade de produtos ofertados nas feiras contribui para manter hábitos alimentares territorializados, reunindo segurança e soberania alimentar. No entanto, existem desafios constantes: prédios dos mercados municipais, transporte, rodovias e abastecimento de água carecem de ações e cuidados públicos. Assim, investimentos pontuais e regulares poderiam contribuir para estimular esses circuitos de negócios que valorizam os atributos produtivos do território. Palavras chaves: Feiras livres. Agricultura familiar. Comercialização agrícola. Vale do Jequitinhonha.
O artigo objetiva construir uma ponte entre o que se convencionou denominar de “primeiro espírito do capitalismo”, a partir das proposições teóricas presentes na obra de Max Weber, e o “novo” espírito do capitalismo, na concepção de Luc Boltanski e Ève Chiapello e da “Sociedade em Rede” de Manuel Castells. De maneira analítica, serão realizadas convergências e aproximações metodológicas entre as abordagens de Boltanski, Chiapello e Castells.
RESENHAS BOOK REVIEWSpor consequência, o autor aborda a estigmatização provocada pelo sobrepeso nas sociedades modernas. Ela seria capaz de alterar trajetórias sociais intra e intergeracionais; nesse sentido, as representações negativas e estereotipadas poderiam funcionar como as self-fulfilling prophecy, ou seja, trajetórias que se tornariam autorrealizáveis nos diferentes cursos dos sujeitos.A retórica desenvolvida no livro destaca que a luta contra a obesidade deve ser examinada com atenção. Essa posição se fundamenta na visão de que o fracasso do tratamento contra obesidade pressupõe a necessidade de um deslocamento do plano curativo para o preventivo. O autor argumenta que intelectuais como Michel Focault e Norbert Elias podem ser resgatados. O primeiro, "Para extrair do ativismo antiobesidade o retorno de um dos vários modelos de uma política de controle dos indivíduos" 3 . Já o segundo poderia ser utilizado para situar novamente, em uma longa perspectiva histórica, o processo de interiorização do locus, controle que hoje em dia torna-se visível em várias esferas.Ao adotar uma leitura crítica denominada como "sociologia do conhecimento sobre obesidade", Poulain argumenta que ela seria responsável por tratar da produção do saber científico como produto das interações entre os meios de pesquisa e os diferentes grupos de pressão, sejam eles políticos, econômicos ou de consumidores. Conforme já destacou Latour 3 , o conhecimento científico é uma construção social, isto é, o resultado de uma série de fenômenos de interação que escapam em maior ou menor grau à consciência de seus atores. A abordagem se contrapõe à ideia de uma ciência "pura", "desencarnada" e totalmente desconectada dos interesses dos indiví-duos que a praticam. Na trilha do fenômeno da obesidade, o autor destaca que a mesma, ainda, não é vista como uma questão de saúde pública, nem como questão social, e tampouco política. Para Poulain, o reconhecimento da obesidade como uma questão de saúde pública passa por duas condições. A primeira seria a institucionalização da temática, com o estabelecimento de sociedade de especialistas, de revistas especializadas, de serviços também especializados nos hospitais. A segunda passaria pela transformação de seu estatuto epistemológico, com o deslocamento de sua definição qualitativa, com sua designação enquanto doença, e, enfim, com a utilização do termo "epidemia".A denominação da obesidade como epidemia está relacionada à sua socialização, a qual, desde então, diz respeito à sociedade como um todo. Ela também contribui para que se considerem os modos de vida como determinantes, e se articule o problema da má alimentação. Para Poulain, é necessário obserPoulain JP. Sociologia da obesidade. São Paulo: Editora Senac São Paulo; 2013. Daniel Coelho de Oliveira Universidade Estadual de Montes ClarosA obesidade pode ser analisada a partir da perspectiva das ciências sociais? Poulain assume o convite mais ou menos explícito dos especialistas médicos da obesidade, os quais, de um modo geral, a designam como um prob...
O objetivo do artigo é analisar as principais trocas materiais em um terreiro de Candomblé em Bocaiuva, MG, na perspectiva do clientelismo, ou seja, situações que envolvem a cobrança em dinheiro pelos serviços ofertados: trabalhos de “amarração de amor” e jogo de búzios. Metodologicamente, procedemos por pesquisa bibliográfica, observação participante e realização de entrevistas no período de maio a agosto de 2018. Além de apresentar generalidades a respeito do Candomblé e alguns paradigmas atuais que o rondam, o artigo analisa os referidos serviços magísticos enquanto relações sociais e econômicas presentes na vida deste terreiro. A pesquisa demonstrou que o Candomblé e seus adeptos exprimem relações não apenas religiosas, mas mercadológicas entre si e com o público exterior ao terreiro. No caso estudado, dinheiro e serviços magísticos não são “esferas separadas” ou “mundos hostis”, mas estruturas em que os agentes realizam “boas combinações”.
Resumo: O presente artigo busca analisar as transformações ocorridas na região Noroeste de Minas Gerais, tendo como principal referência o processo de modernização da agricultura brasileira iniciado na década de 1960. A ideia é realizar um resgate das transformações provenientes da industrialização do campo e do que se convencionou chamar de modernização conservadora da agricultura. A abordagem também apresenta as especifi cidades da política agrícola, suas principais ferramentas e justifi cativas que diferenciam essa política das demais políticas de intervenção estatal. Enfatiza-se a implementação dessas políticas no Cerrado mineiro, dando destaque para os dois programas que atingiram diretamente a área estudada, o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (POLOCENTRO) e o Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados (PRODECER). Palavras-chave: Cerrado. Espaço rural. Desenvolvimento regional.Abstract: This article examines the changes that have occurred in the Northwestern region of Minas Gerais, mainly through the process of Brazilian agricultural modernization since the 1960s. It proposes to re-evaluate changes that have been caused by rural industrialization and the so-called conservative modernization of agriculture. The approach refers to the specifi c characteristics of agricultural policy, its main implementation tools and the political reasons that differentiate such interventions from other areas of government policies. It also highlights the realization of these policies in the Cerrado Mineiro, pointing specifi cally to two programs that tackle the study area, the Programme for Cerrado Development (POLOCENTRO) and the Nippo-Brazilian Cooperation Programme for the Development of the Brazilian Cerrado (PRODECER).
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