O presente artigo procura dimensionar o debate sobre as cidades utópicas, que comumente confere aos experimentos ingleses do século XIX uma continuidade com as utopias clássicas e certa dose de ineficácia e ingenuidade, procurando ver a positividade contida nas utopias habitacionais. Centrando-se na experiência britânica iniciada com owenismo, passando pelas vilas industriais planejadas e finalizando no ideal da cidade jardim, busca-se ver a comunidade ideal como o reverso da organização industrial da cidade e como uma proposta histórica de ocupação do espaço que é definitiva para a experiência urbana posterior. Abstract This article aims at giving new dimension to the debate on utopian villages, that commonly understands the British experiments of the nineteenth-century as a continuation of the classical utopias tinted with a hint of inefficacy and naiveté. On the contrary, this article intends to search for the positive aspects of such utopias. Centering on the British experience of Owenism, studying the model villages and ending on the garden cities, the ideal community is seen as the opposite of the industrial urban organization and as a historical definition of occupation of space, fundamental for urban planning.
Until now, no major biography of note was produced on Eugene de Proenca Sigaud. In portals specialized in art or dictionaries of painters, concise biographies of one page repeat the same information exhaustively. This short article doesn't seek to redeem Sigaud from this silence. It proposes, instead, to understand why figures considered "minor" remain in the recent history of art in the country, as well as understand the processes of memory perpetuation and appreciation of the work of certain historical agents instead of others. The canons of modern Brazil create their own narrative criteria of the past, where the economy of discourses of the artistic quality and the interested and exclusive use of collections create invisibility and omissions, a process which Sigaud, whose eloquent visual work isn't seconded by texts, interviews and extensive documentation is exemplary. In pursuit of these silences, this brief article elects the poor reception of the work of Sigaud, his leftist political position, and his training as an architect as its wires of conduction to look through these aspects, poorly studied to date, guiding to launch the hypothesis that contribute for understanding the work of this painter. Keywords: Eugênio de Proença Sigaud; biography; Brazilian modern art; memory.Resumo: Até o presente momento, nenhuma biografia de fôlego foi produzida sobre Eugênio de Proença Sigaud. Em portais especializados em arte ou em dicionários de pintores, biografias concisas de uma lauda repetem as mesmas informações à exaustão. Este breve artigo não busca redimir Sigaud deste silêncio. Propõe, outrossim, entender por que persistem figuras consideradas "menores" na história da arte recente no País, bem como compreender os processos de perpetuação da memória e de valorização da obra de certos agentes históricos em detrimento de outros. Os cânones sobre o moderno no Brasil criam seus próprios critérios de narrativa do passado, em que a economia dos discursos da qualidade artística e o uso interessado e exclusivista de acervos criam invisibilidades e omissões, processo este do qual Sigaud, cuja obra visual eloquente não é secundada por textos, entrevistas e farta documentação, é exemplar. Na busca destes silêncios, este breve artigo elege a má recepção da obra de Sigaud, seu posicionamento político de esquerda e sua formação como arquiteto como seus fios condutores, buscando por meio destes aspectos pouco estudados até o momento guiar-se para lançar hipóteses que contribuam para a compreensão do trabalho deste pintor. Palavras-chave: Eugênio de Proença Sigaud; biografia; arte moderna brasileira; memória.
(Oxford, 2005), 281-303. Esta coletânea traz uma bibliografia útil dos trabalhos recentes na área de estudos culturais dos sentidos e faz parte da série da Berg Press intitulada "Sensory Formations", também editada por Howes, com coletâneas sobre os cinco sentidos assim como sobre o "sexto sentido". 2 O mesmo vale para a língua portuguesa, em que a palavra "sentido" equivale à percepção sensória do mundo; à direção ou orientação; e ao significado de um termo ou palavra. NT.
No verão de 1984, durante uma atividade de extração de turfa na região pantanosa de Lindow, perto da cidade inglesa de Manchester, foi descoberto o esqueleto de um homem. A polícia foi chamada, mas a datação por radiocarbono indicou que se tratava dos restos mortais de um homem de mais de 2 mil anos. Um grupo de cientistas e arqueólogos do British Museum determinaram que esse homem havia sido "triplamente" assassinado: recebera um golpe na cabeça, fora (provavelmente) garroteado e tivera sua garganta cortada. Eram os vestígios de um corpo assassinado, talvez ritualmente.O "Homem de Lindow", como passou a ser conhecido, virou objeto de pesquisa, tema de reportagens e -o que nos interessa aqui -de três diferentes exposições museológicas, que expressam claramente a alteração nas últimas décadas das sensibilidades e dos debates sobre museografia e narrativa expográfica. Se à época de seu achado os debates giravam em torno de quem fora, como e quando vivera o homem de Lindow (se em 1 d.C. ou no período da ocupação romana em Manchester), nos anos 2000 os mesmos vestígios foram
órgão subordinado ao Exército brasileiro, na cidade de São Paulo, proveniente da Ditadura Civil-Militar. Procura-se, através deste estudo, entender as práticas patrimoniais usadas para legitimar o tombamento desse espaço -um antimonumento por excelência -uma vez que o conjunto não possui uma característica material definidora de um pedido "comum" de tombamento arquitetônico. Investiga-se se esta característica peculiareste processo de tombamento que explicita o combate entre o imaterial e o material -é erigida sobre uma perspectiva relacionada a uma política de prática transicional, ou seja, como parte da chamada "justiça de transição".
Resumo Ao fim do século XIX e começo do século XX, Campinas passava por profundas mudanças: um dos principais centros do comércio cafeeiro oitocentista via um incipiente esforço modernizador se instaurar conforme a industrialização se concretiza. Com isso, a cidade presencia uma substancial mudança de seu centro, com novas construções aos moldes do estilo arquitetônico eclético se popularizando. Tais transformações marcam tanto a organização espacial, quanto a história de Campinas. Nesse contexto, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (CONDEPACC), o departamento de história da Unicamp e a FAPESP dão início à produção do Inventário do Centro Histórico Expandido de Campinas, com o objetivo de catalogar esses imóveis e servir-lhes como ferramenta de preservação. No entanto, a grande maioria dos processos de tombamento abertos através do inventário são desfigurados e arquivados. A presente pesquisa, através deste estudo de caso, compreende os debates sobre o arquivamento como prática patrimonial e o sistema memória-esquecimento na produção historiográfica e no campo de discussões sobre o patrimônio histórico.
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