Esse texto tem por objetivo tentar compreender as transformações por que vem passando a idéia de representação e a significação do real no cinema. Para isso, analisaremos o papel do documentário apresentado em diferentes suportes e formas de escrituras.
Ce texte essaye de montrer l’importance de la pensée du sociologue français, Michel Maffesoli, pour la compréhension du cinéma en tant que vecteur de construction de l’imagi-naire.
Resumo Neste texto discutimos uma passagem do filme O cemitério das almas perdidas (2020), de Rodrigo Aragão, como uma imagem de horror que pode desmontar a história (DIDI-HUBERMAN, 2015) e redescobrir a ideia de nação com base cinema de horror brasileiro contemporâneo. Para isto, partimos da noção de imagem dialética benjaminiana proposta por Didi-Huberman (2015) contrapondo o trecho do filme de Aragão com outras imagens que retratam o mesmo momento histórico em diferentes períodos, como: A primeira missa no Brasil (1859-1861), de Victor Meirelles, O descobrimento do Brasil (1937), de Humberto Mauro, e Terra em transe (1967), de Glauber Rocha. Notamos reincidências e rupturas nos modos estéticos de tratar o mesmo tema, priorizando ora o naturalismo, ora a alegoria. Nesta perspectiva, o filme de Aragão se estabelece como uma nova chave de leitura para este momento histórico, privilegiando o horror e o conflito para pensar a história do país e o contexto atual.
Esse texto analisa o que representou a produção de Deu Pra
Ti, Anos 70 (Nelson Nadotti e Giba Assis Brasil, 1981) e Houve
Uma Vez Dois Verões (Jorge Furtado, 2002), num contexto
regional específico mas que articula-se ao espaço
cinematográfico nacional. Ao mesmo tempo, pretende-se
observar a construção discursiva dos jovens protagonistas das
duas tramas citadas que, além de revelar um determinado modo
de fazer cinema, denotam uma construção identitária que se
articula com outros discursos em circulação na sociedade de
cada período.
Esse texto tem por objetivo tentar compreender as transformações por que vem passando a idéia de representação e a significação do real no cinema. Para isso, analisaremos o papel do documentário apresentado em diferentes suportes e formas de escrituras.
Este artigo propõe uma análise da narrativa e da imagem do longa-metragem Os Jovens Baumann, dirigido por Bruna Carvalho Almeida e lançado em 2019. O filme se desenvolve através do diálogo/choque de três elementos narrativos que se imbricam: a narração (fabulação), a imagem VHS dos found footage e a imagem em 16x9. O método de análise compreende os dois formatos de imagem utilizados no filme, bem como sua narração e diálogos. Acreditamos que, na obra, essa separação mostra que o processo de investigação através de camadas imagéticas (arqueológicas) e narrativas (fabulações) é mais importante do que a revelação do mistério em torno do desaparecimento dos jovens Baumann.
As imagens tocam o real. “O que vemos só vale – só vive – em nossos olhos pelo que nos toca”, afirma Didi-Huberman em O que vemos, o que nos olha (2005, p.29). Neste século XXI, de proliferação de imagens em telas difusas, como compreender a experiência que se produz e se partilha no cotidiano? Em um cenário em que a construção do dia a dia, do comum, atravessa as ambiências midiáticas, as operacionalidades de produção das imagens em fluxo contribuem para a transformação não apenas das formas de realização audiovisual, mas de sua circularidade e recepção. Na perspectiva da vida cotidiana midiatizada, a lógica do streaming e a demanda por imagens em fluxo tensionam diferentes dinâmicas, seja em relação a antigos formatos e/ou modelos, seja em relação ao mercado audiovisual e às expectativas/demandas dos usuários. Estes são as questões que balizam os artigos que constituem o Dossiê dessa edição e que apresentamos aqui, juntamente com os outros textos de mais essa publicação da RMC.
This text seeks to both reflect and analyze the way in which contemporary Brazilian documentaries are articulated as political reinscription by means of certain aesthetic strategies, such as the graphic recurrence in the construction of narrative identities (RICOEUR, 2010) as a propelling instrument of subjectivities. Part of this effort in revisiting the past by crossing temporalities can be seen in films such as Portraits of Identification (2014) and I owe you a letter about Brazil (2019). Both productions show characters who have been part of the resistance to the authoritarian regime, demonstrating the specifics of the period, such as the experience of trauma, exile and the failure of revolutionary ideals. These documentaries resort to the written word of personal and historical archives, exposing excesses, contradictions, and submerged texts, which eventually interferes in the representation of the biographed subject, revealing characters whose identities become difficult to apprehend. Therefore, understanding the potential of writing requires a film analysis in fragments containing the material presence of the word and its thematic suggestion. These fragmentary constructions, naturally open to deviations, present themselves as a political reinscription as they approach silences, historical absences; not fixing identities but only reaching the subjects in what remains of them as a trace (DERRIDA, 2010). Such visualities are reconfigured from the filmic inscription engendered there, in what is lacking in them, since filming is also seeking the outside, that what escapes us, making distances and intervals visible (COMOLLI, 2007) - in an image to come.
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