Este estudo analisa narrativas de duas professoras primárias da Escola Giuseppe Garibaldi, cujas memórias auxiliaram na compreensão das formas de organização das aulas de Educação Física. Pretendemos recompor as possíveis histórias do ensino neste local, desde a fundação da escola em 1974 até 1985, ano do término do regime civil militar. A perspectiva teórica é da História Cultural, e utiliza a metodologia da História Oral, mediante as memórias das professoras Jacira Koff Saraiva e Jaqueline Gedoz Vita. Para Halbwachs (2006), as possíveis narrativas históricas de um contexto são constituídas pelos compilados de fatos que se destacam, e que são selecionados pelas memórias dos sujeitos. Essas memórias estão interligadas aos convívios sociais e podem ser influenciadas pelos diversos âmbitos em que o sujeito está imbricado. As evidencias apontam que as aulas de Educação Física eram organizadas a partir dos conhecimentos docentes, fundamentados pelas brincadeiras e esportes, porém sem a concepção competitivista.
Este estudo, com pressupostos teóricos na história cultural e metodológicos na análise documental histórica, a partir de documentos e transcrições de entrevistas, propõe investigar e compreender o percurso da professora Ester Troian Benvenutti junto às comunidades rurais de Caxias do Sul-RS. Para isso, considera que as representações sobre essa docente foram relevantes para o percurso de outras mulheres no campo da educação, nesta região. Com recorte temporal entre 1940-1960, busca-se evidenciar as ressonâncias de suas propostas na educação. Considerou-se que a sua atuação foi relevante, mediando as relações entre diferentes grupos sociais, e que suas propostas foram preponderantes para outras docentes e importantes para a transformação da cultura escolar local.
O estudo analisa as aulas de Educação Física e suas relações com as práticas de Educação Moral e Cívica na Escola Giuseppe Garibaldi (Caxias do Sul/RS), entre 1974 e 1985, visando compreender como estas relações se traduziram em práticas culturais em torno desta instituição. A perspectiva teórica é da História Cultural sustentada em Chartier (1988), e utiliza a metodologia da História Oral (LOZANO, 2005) e Análise Documental (LUCHESE, 2014), valendo-se dos aportes das memórias mediante entrevistas com professoras e egressos. As entrevistas foram cotejadas com documentos históricos, dentre eles cadernos, atas e registros escolares, leis, decretos e fotografias pesquisados em diferentes acervos. Os indícios apontam para práticas de Educação Física vinculadas a Educação Moral e Cívica e aos preceitos orientados pela ditadura civil-militar, evidentes nos ensaios de marcha, entonações dos hinos, que ocorriam nas aulas de Educação Física e constituíram práticas culturais na instituição.
Este estudo investiga abordagem metodológica da análise documental em pesquisas qualitativas de fenômenos sociais. Trata-se de um estudo do campo da História da Educação cuja abordagem epistemológica é inspirada na perspectiva da História Cultural. Nesse sentido, a mobilização conceitual procura dar sentido e significar as fontes documentais tratadas pelos autores ao compor seus objetos de investigação. A discussão está organizada com base em dois eixos, o primeiro analisa as diferentes formas e usos desta metodologia em pesquisas das áreas humanas e sociais, os critérios teóricos e metodológicos que o pesquisador deve compreender ao trabalhar com este tipo de fonte, bem como algumas sugestões metodológicas para efetivação de pesquisas em História da Educação; o segundo refere-se ao modo como os autores operacionalizaram, buscaram acessar e inventariaram os documentos históricos, bem como apresenta os acervos acessados e as formas de categorização diante do conjunto empírico documental histórico compulsado. Entendemos que análise e interpretação dos dados devem estar alinhadas epistemologicamente e teoricamente com as escolhas realizadas no desenvolvimento da pesquisa. Além disso, considera-se que o trabalho do pesquisador contemporâneo se torna mais complexo diante das muitas possibilidades de fontes que podem constituir análise documental.
A obra intitulada História Oral e práticas educacionais organizada pelas autoras Carla Simone Rodeghero, Lúcia Grinberg e Méri Frotscher é resultado das discussões de pesquisadores de diferentes áreas e formações originadas pelo XIII Encontro Nacional de História Oral realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Porto Alegre no ano de 2016. O principal objetivo da obra é suscitar reflexões aos leitores, sobre os estudos, as experiências e as potencialidades da utilização da metodologia da história oral nos âmbitos do ensino básico, universitário e nos espaços não formais de ensino aprendizagem.
O presente estudo objetiva refletir sobre a profissionalização de bacharéis em sala de aula, ou seja, pessoas com formação em nível de Bacharelado, mas que atuam ou desejam atuar enquanto docentes. Este estudo ampara-se em Anastasiou (2005), Libâneo (2011), Tardiff (2002), dentre outros autores para compreender como ocorre a constituição do bacharel enquanto docente e sua profissionalização, evidenciando as competências e habilidades trabalhadas e desenvolvidas, ou não, durante sua formação. Aliada à discussão teórica, realizamos um estudo junto ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS), investigando os percursos dos bacharéis que buscaram continuar suas formações no referido programa, identificando vínculos com a educação, à docência e aprimoramentos nas carreiras. Dos 160 egressos do programa, 48 possuem formação única em bacharelado, sendo que destes, 37 possuem trajetória profissional relacionada à docência. Destacamos a importância da busca por formação no campo educacional por bacharéis que atuam enquanto docentes, seja em cursos de formação de professores ou mesmo em programas de pós-graduação, que não visam preparar para a docência e sim para a pesquisa, mas que podem contribuir à reflexão sobre a Educação e o fazer profissional. Por fim, é salutar que as instituições ofereçam formação a seus docentes, como forma de qualificação continuada, aprimorando metodologias, se atualizando com as tecnologias e contribuindo com a práxis no que tange os processos de ensino e aprendizagem.
Resumo O objetivo foi identificar materialidades que fizeram parte da Escola Giuseppe Garibaldi (EGG) de Caxias do Sul/RS, e que integram um conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar, condutas e disciplinas a inculcar, fundamentados nos pressupostos de Julia (2001). O recorte temporal compreende a implementação da EGG em 1974 até 1989, data da ampliação do prédio escolar. Os pressupostos teóricos sustentam-se na História Cultural pelas possibilidades de compreender e analisar como determinadas realidades sociais e culturais são constituídas, apropriadas e representadas. A metodologia foi a da História Oral, mediante narrativas de professoras e egressos, e Análise Documental Histórica por meio de documentos institucionais e ordinários. Os indícios apontam que a EGG possuía uma variedade de materialidades para as professoras utilizarem em suas aulas, e contava com uma estrutura física adequada para que os processos de escolarização acontecessem de forma satisfatória.
O estudo objetiva compreender como ocorreu o ensino de Educação Física em Escolas Normais brasileiras entre 1945 e 1964 e os panoramas das produções, das temáticas e das principais abordagens teórico-metodológicas de investigações científicas que tratam do período. Foram consultados os anos de 2014 a 2019 nos bancos de dados da BDTD, da Capes e as principais associações da área da educação. A metodologia foi abalizada em Gil e dividida em 3 etapas de leitura: exploratória, seletiva e interpretativa. Os indícios apontam que o ensino de Educação Física era delimitado pelas ginásticas ‒ por suas características biológicas e científicas -, que usavam movimentos suaves, predominantes ao longo da década de 1940. Contudo, os esportes ganham maior espaço nas aulas ao longo dos anos 1950.
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