Este é um livro pioneiro: trata-se do primeiro trabalho exaustivo sobre um importante território angolano ao sul do rio Kwanza: Benguela, hoje uma das principais províncias do jovem país 1 e, historicamente, durante mais de duzentos anos, o terceiro maior porto de embarque de escravos do Atlântico. O recorte temporal é abrangente, desde a primeira expedição portuguesa à localidade que ficou conhecida como "Benguela Velha", no início do século XVI, até meados do século XIX, quando Benguela perde sua importância na economia atlân-tica devido à legislação que determina o fim 1 Embora Benguela apareça como objeto de alguns estudos anteriores, é a primeira vez que lhe dedicam uma análise extensa, com vasta pesquisa arquivística e novas interpretações. Mariana Candido, ao propor um diálogo assíduo com diversas correntes historiográfi-cas, se insere em um conjunto de autores que abordam a história do continente africano a partir de uma perspectiva "afrocêntrica", tributária dos caminhos abertos por uma historiografia que se voltou para o estudo dos portos de escravos na África, centra sua análise na agência africana.2 Dessa forma, ao escrever a primeira história detalhada sobre Benguela e o seu hinterland -e a formação de seu porto no centro da economia escravista do Atlântico Sul -a autora destaca o papel das "pessoas que construíram esses lugares e o inseriram na economia global" (p. 24). E, ainda que não negue a importân-cia da participação dos oficiais portugueses
RESUMO Este artigo é uma primeira abordagem das diferentes modalidades e relações de trabalho que se instituíram no Reino de Angola e na América portuguesa, nos séculos XVII e XVIII. A ênfase recai sobre as possibilidades de comparação das estratégias de domínio, controle e exploração da mão de obra das populações locais nos dois lados do Atlântico. Interessa-nos também compreender as formas de organização do trabalho de indígenas e africanos, ou seja, o próprio conceito de trabalho e sua relação com os demais âmbitos da vida social, os ritmos e tempos de trabalho, conhecimentos e técnicas, padrões de disciplina no cotidiano dos trabalhadores, antes das políticas de controle coloniais e as mudanças que elas causaram após sua implementação. Por outro lado, pretende-se conhecer como trabalhadores de variada origem e condição social vivenciaram modalidades diferentes de trabalho (não-escravo e compulsório), e elaboraram formas de resistência, negociação, (re)inventaram novas práticas culturais e de trabalho e criaram soluções para conflitos.
Kafuxi Ambari was a key leader in the history of west central Africa, one who became a symbol of the political and military roles of African authorities under European occupation. Kafuxi Ambari refers to both a leadership position with spiritual connotations, used to describe individuals with a particular vocation, as well as the individuals who held that political title. The ruler (soba) had control over other authorities and dependents who honored him, paying tribute and fighting his battles. In return, he offered them spiritual and material protection. Kafuxi Ambari ruled the eastern part of Kisama, a region south of the Kwanza River, part of present-day Angola. He is remembered for the successive defeats he inflicted on Portuguese forces in the 16th and 17th centuries, especially his notable victory in the battle of 1594, which protected his lands and blocked the advance of Portuguese occupation and expansion of the slave trade in his territory. His efforts, along with those of other leaders, to host fugitives from slavery enshrined Kisama as a rebel territory, which remained autonomous and little known to colonial agents until the beginning of the 20th century. Over time, Kafuxi Ambari remained a respected and feared name and title, even as it weakened on account of colonial expansion. Kafuxi Ambari embodied resistance against colonialism and human trafficking that still reverberates in the local memories of Kisama residents. Although historians have paid attention to Kafuxi Ambari’s historical roles, there is still much to learn about the history of Kisama, its leaders, and its residents, all of which reveal the role of the slave trade and its link to power relations and political practices.
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