Trata da abordagem estética do escritor e médico sergipano Ranulpho Prata, enfatizando as figurações sobre a vida em uma vertente católica do sofrimento no período da Primeira República. O artigo problematiza a ideia de sofrimento resignado que, vinculado à visão política do pensamento católico do Centro Dom Vital, era sugerido às camadas pobres da população brasileira. Essas eram identificadas na obra de Prata pelos imigrantes nortistas da capital federal e pelos habitantes do interior.
Um discurso bem articulado revela o bom preparo no manejo das regras da argumentação. As ferramentas do convencimento são assim acionadas para persuadir o interlocutor, como lembra Chaim Perelman (2005). Cabe ainda ao ator do discurso, preocupar-se em obter uma "uma larga audiência"; e que esta, o tratem como parte de uma comunidade. Estes são os requisitos de uma tradição que remonta ao período histórico da Grécia antiga, onde os oradores convenciam seus interlocutores pelo uso do convencimento delimitado nos debates. Hannah Arendt realçou essa peculiaridade, ao afirmar que, esta comunidade não estava orientada pela violência, mas por uma clara confiança no poder do discurso. Talvez, seja um dos problemas da contemporaneidade repensar a convivência dos membros da comunidade, sem o uso "mudo" da violência, mas consagrando o discurso como ferramenta política propulsora das mudanças no tecido social e político. Daí a relevância de pensar os discursos nos debates políticos na contemporaneidade, como parte central do jogo político. Desde o uso da palavra para a "banalização do mal", (penso aqui nas reflexões de Hannah Arendt) e de uma retórica dominadora e perversa por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra; até a defesa dos recursos do meio ambiente, proferido por Marina Silva no início desse século, essas são algumas das referências do livro Discursos que mudaram a História. O leitor terá acesso ao discurso pronunciado pelo pastor Martin Luther King Jr. na luta pelos direitos civis, que definitivamente, realça o papel imprescindível desse gênero literário como fonte histórica.
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