Este artigo aborda a articulação entre experiência estética e formação a partir a partir da ontologia de Hans-Georg Gadamer, considerando a experiência estética no encontro do homem com a obra de arte e no encontro entre os homens. As argumentações foram tecidas no horizonte da Hermenêutica Filosófica, percurso que possibilitou maior compreensão do processo formativo, na media em que demonstra que, quem faz a experiência da arte, coloca-se em jogo, é desafiado a ser outro, porque a obra de arte como ser-aí, a seu modo, diz algo a cada um. Assim, a experiência da arte, marcada por uma pluralidade de experiências, constitui-se em importantes momentos autoformativos, na medida em que pode gerar tanto abertura como coroamento de processos, demarcando identidades, sem cair no monismo metodológico e nem no puro relativismo. E isso pode ser percebido tanto na experiência do homem com a obra de arte quanto na experiência entre os homens, diferentes modos de ser. Dessa forma, ao conceber a experiência estética como experiência ontológica, Gadamer não só reconfigurou o pensamento filosófico, conferindo novo lugar à estética, como conferiu atualidade à Bildung em meio aos desafios da ruptura da metafísica. Portanto, sua proposta constitui-se em uma resposta plausível aos desafios contemporâneos, especificamente, à formação marcada pelo empobrecimento da experiência.
O emergir de Nietzsche no debate filosófico e educacional contemporâneos promoveu a necessidade de uma nova rearticulação da tradição filosófica e educacional, visto que seu pensamento lança e dá força ao paradigma estético, conferindo espaço às diversidades, desde a contraposição entre Apolo e Dionisio, dois grandes princípios artísticos estruturadores da cultura ocidental. Porém, a estimulação ininterrupta pela qual descambou a estética impossibilita e até impede a sensibilidade reflexiva. Assim, perguntando sobre o impacto do pensamento de Nietzsche na tradição filosófica em meio aos desafios contemporâneos, revisitaram-se e apresentaram-se as bases e os propósitos da estética nietzscheana, as implicações na educação, evidenciando o erro em ficarmos presos a um telos previamente definido. Ao mesmo tempo, chama a atenção para a rearticulação de tais fins em meio ao dinamismo da realidade, tornando imprescindível a dimensão estética como condição humana.
RESUMOEste artigo tem como problemática e objetivo central a reflexão sobre o sentido da educação, com base na teoria crítica de Adorno e na perspectiva hermenêutica de Gadamer, as quais se situam em uma corrente filosófica denominada pós-metafísica. A quebra dos referencias tidos até então como seguros afeta o projeto educacional ocidental no que se refere à sua finalidade, uma vez que indicava fins definidos de modo absolutamente universais e sem considerar a dinamicidade da experiência. Tais autores se deparam com o problema da formação nesse novo contexto, marcado pelo retorno do interesse ao ser humano em sua contingência histórica e como constituidor de linguagem em âmbito intersubjetivo. Nesse intuito, serão resgatadas as proposições dos filósofos em questão para, em seguida, estabelecer o diálogo entre eles, propondo um sentido para a educação no século XXI. Ambos oferecem elementos que, se articulados, apresentam proposições significativas aos desafios educacionais do mundo contemporâneo, ao assumirem o diálogo, a linguagem e a construção como elementos educativos.PALAVRAS-CHAVE educação; linguagem; experiência formativa; hermenêutica; Adorno; Gadamer. Revista Brasileira de Educação
Estudo vinculado ao projeto de pesquisa: "Estratégias e ações multidisciplinares nas áreas de conhecimentos das ciências humanas, ciências da natureza e linguagens, na mesorregião do oeste catarinense: implicações na qualidade da educação básica". Educação inclusiva: um convite para pensar a complexidade humanaRoque Strieder, Clenio Lago Professores do Programa de Pós-Graduação em Educação-Mestrado em Educação da Universidade do Oeste de Santa Catarina/Brasil ResumoEducação inclusiva exige olhar o ser humano em contextos multidimensionais. Essa perspectiva exige discutir a fragilidade do reconhecimento das diferenças e a importância da participação da filosofia da educação como catalizadora desses debates. O objetivo é investigar possíveis contribuições da filosofia da educação, visando uma melhor compreensão de como, ações inclusivas, podem ser potencializadas no universo da complexidade e das atitudes transdisciplinares. O estudo tem caráter qualitativo e busca em referenciais teóricos. Reconhece que a educação inclusiva existe em potencial, mas lhe falta atualização. Destaca que a filosofia da educação pode conduzir reflexões para reconhecer a condição humana, olhando-se e compreendendo-se a partir do outro. Palavras-chave: educação inclusiva, filosofia da educação, transdisciplinaridade. Considerações iniciaisNo seio dos debates da filosofia da educação já não pode ficar ausente a temática da educação inclusiva, uma temática onde são poucos os consensos. As chances da educação inclusiva aumentam se reconhecermos a importância de conceber o ser humano como complexo e envolto em múltiplas dimensões. Nessa perspectiva a filosofia da educação pode contribuir para ampliar a compreensão e propor a conjugação de diferentes concepções, criando uma predisposição para aceitar o que acontece em outros níveis de realidade. A proximidade para com a filosofia da educação afasta o esteio em donos da verdade e reconhece que toda e qualquer posição intransigente nega a interdependência de fenômenos e processos e a complexidade das realidades plurais.Está no cerne da filosofia da educação que os fenômenos educacionais, tal como os seres humanos, só podem ser compreendidos em contextos multirreferenciais de conexões e vínculos formando uma trama rizomática (DELEUZE, GUATTARI, 1995). Nessa trama a educação inclusiva é expressão de vida, expressão do encontro de processos vitais e cognitivos, uma vez que vida e aprendizagem não se separam. E, se a vida é produzida a partir de uma organização autopoiética, as relações e interações que se autoeco-organizam garantem a dinâmica da vida. Então, faz sentido a afirmação de Maturana: "Se não vemos o outro como um outro legítimo, não nos importamos, esse é o nosso problema. Não vemos, não expandimos nossa visão, agimos colocando fronteiras" (2000, p. 99).Particularmente aqui, sem menosprezar ou desconsiderar as inúmeras outras entradas e variáveis, necessárias nas reflexões e ações inclusivas, deseja-se destacar a importância da filosofia da educação no desafio de uma melhor compreensão...
Resumo: Partimos do entendimento de que o ensino de arte é portador de possibilidades formativas, pois seu modo de ser originário originante é, essencialmente, o modo de ser do diálogo. Por isso, pergunta-se pela compreensão da relação estética e formação dos arte-educadores que atuam na SDR de São Miguel do Oeste/SC. As argumentações teóricas estão estruturadas no horizonte da Hermenêutica Filosófica que questiona a distinção estética e compreende o ser com temporalidade, o humano como obra em obra. As respostas da pesquisa empírica indicam compreensões pouco apuradas quanto à experiência estética em si e a relação desta com a formação, ao mesmo tempo que chamam para a experiência estética como formação ética. Conclui--se pela necessidade de uma formação de professores para além da distinção estética, no âmbito da compreensão profunda entre experiência estética e formação. Palavras
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