Cleiton Zóia Münchow 1 Em Testo Yonqui encontramos 310 páginas de textos, organizados em 13 capítulos, divididos entre experimentações e teorizações. O sujeito experimental: o corpo de Beatriz Preciado (doravante, B.P.), em entropia direta com a morte de um/a amante (G.D.) e um novo amor que se apresenta (V.D.). O experimento: submeter o sujeito a protocolos de intoxicação voluntária à base de testosterona em gel. O/A observador/a: B.P. é a "rata" do seu próprio laboratório. Resultado: Um livro, uma escritura tóxica, uma teorização corporal a respeito da "produção de valor e da vida na sociedade atual" (PRECIADO, 2008, p. 26) capaz de nos fazer "ver através Da Matriz de gênero, contemplar os homens e mulheres como eficientes ficções performativas e somáticas convencidas de sua realidade natural" (PRECIADO, 2008, p. 262). Testo Yonqui, "herdeiro das políticas de experimentação", é "um protocolo de intoxicação voluntária à base de testosterona sintética", "um ensaio corporal", "uma ficção autopolítica ou uma autoteoria" em que se registram "tanto as micro mutações fisiológicas e políticas provocadas pela testosterona no corpo de B.P., como as modificações teóricas e físicas suscitadas neste corpo pela "perda, o desejo, a exaltação, o fracasso ou a renúncia" (PRECIADO, 2008, p. 15). Sua razão de ser encontra-se na margem de incerteza que existe entre a filósofa e seus sexos imaginários, as três línguas que não lhe pertencem, entre a vida e a morte de G.D., entre a testosterona e o corpo de B.P., entre V.D. e o amor que sente por V.D. Nesta margem de incerteza em que se desenvolve a escritura de B.P., "único testemunho fiel deste processo", habita seu vício secreto e o cenário em que "sela um pacto com a multidão" (PRECIADO, 2008, p. 48). Seu corpo-na perspectiva de um regime político heterocentrado que estabelece relação natural e necessária entre sexo e gênero-foi assinalado como feminino. No entanto, a utilização da testosterona sintética realizada pela autora não assume a direção de convertê-la em homem ou de transexualizá-la. Trata-se, antes, de
Objetivamos investigar a relação entre o pensamento de Espinosa e o de Preciado a partir do uso que o segundo faz, ao longo de sua obra, da filosofia do primeiro. O objetivo geral ramifica-se na investigação dos conceitos colocados em operação no processo de ativação conceitual empreendido por Preciado. Potência de agir ou força de existir, multidão, servidão e liberdade são os conceitos espinosanos nominalmente invocados por Preciado para pensar Potentia gaudendi ou Força orgásmica, a multidão dos anormais, a servidão e a liberdade na era farmacopornográfica. Desejamos fazer um mapa analítico destes conceitos para entendermos o modo como o pensamento de Espinosa ganha nova luz numa perspectiva queer, que é a de Preciado.
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