Este estudo descreve o desenvolvimento inicial de larvas e juvenis de Microphilypnus tapajosensis usando dados merísticos, morfológicos e morfométricos e verifica sua distribuição temporal em um reservatório na Amazônia Oriental, analisando a hipótese de que esse ambiente seja ideal para o desenvolvimento e crescimento da espécie. As larvas e juvenis de M. tapajosensisapresentaram características comuns do grupo Eleotridae, com comprimento padrão variando de 3,0 mm a 8,9 mm, presença de cromatóforos dendríticos distribuídos na região ventral próxima à barbatana caudal e 28 miômeros totais. Durante o desenvolvimento inicial das larvas, a morfologia é o personagem que melhor diferencia M. tapajosensis de seus congêneres, seguido pelo número de raios das barbatanas peitorais em indivíduos jovens. A ocorrência de espécimes nos estágios larval e juvenil durante o período de amostragem indica que M. tapajosensispossui atividade reprodutiva ininterrupta, demonstrando-se como uma espécie oportunista. Finalmente, a presença de indivíduos ao longo de todos os meses, em todas as etapas larvais e juvenis, sustenta a hipótese de que o reservatório possui condições para o crescimento e desenvolvimento de M. tapajosensi s, indicando que esse ambiente é propício à manutenção e renovação de espécies.
A conservação dos recursos pesqueiros no médio Amazonas está relacionada ao conhecimento acerca dos seus estoques pesqueiros mais importantes, incluindo também o conhecimento sobre os padrões de recrutamento e desenvolvimento dos primeiros estágios de vida das espécies de maior importância econômica para a região. O presente trabalho amplia o conhecimento ecológico sobre a distribuição das larvas de Brycon amazonicus (matrinxã) a fim de verificar a importância dos ambientes fluviais para o recrutamento biológico dessa espécie, auxiliando no manejo sustentável e na conservação desse recurso pesqueiro da Amazônia Central. Este trabalho foi realizado no entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Mamirauá (RDSM), e os dados obtidos foram provenientes de coletas diurnas e noturnas realizadas durante o período de enchente de 2011, no trecho médio do Rio Solimões e Baixo Rio Japurá, por meio de arrastos horizontais na superfície e em profundidade (8m), utilizando rede de plâncton 300µm em 16 estações de amostragem. Foram capturadas 310 larvas de matrinxã, sendo 148 indivíduos coletados no Rio Solimões e 162 no Rio Japurá. Observou-se que não houve um padrão claro de distribuição entre os habitats amostrados; entretanto, foi constatado variação da abundância larval indicando distribuição espacial (estratos da coluna d’água) e temporal (ciclo diário), com as maiores abundâncias registradas na subsuperfície da água durante o período noturno. Larvas registradas em estágios mais avançados de desenvolvimento refletem a importância da área de estudo para o recrutamento biológico, servindo como área de criação e alimentação para as larvas de matrinxã, sendo consideradas Habitats Essenciais para Peixes (EFHs) fundamentais para o manejo sustentável e conservação desse recurso pesqueiro da Amazônia Central.
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