O semiárido alagoano se caracteriza por ter uma economia embasada na produção agropecuária. A criação de animais é predominantemente extensiva, entretanto, em função das chuvas escassas e irregulares, é comum o plantio de espécies forrageiras para silagem, fenação e fornecimento em cochos. Apesar do elevado potencial para a produção, as condições edafoclimáticas e a ausência ou uso de práticas incorretas para manutenção e conservação do solo são fatores que condicionam o bom resultado, e podem ocasionar um declínio na produção e a degradação do solo e da pastagem. A degradação de pastagens surte efeitos negativos na produção animal, afetando diretamente a quantidade e a qualidade das forrageiras. Alterações nos atributos químicos, físicos e biológicos do solo sob pastagens servem como indicativos da qualidade ambiental. A avaliação desses atributos, associada a indicadores visuais de campo (cobertura vegetal, erosão) fornecem indícios sobre a fertilidade do solo e a sustentabilidade do pasto. Nessa perspectiva, avaliou-se uma capineira cultivada com milho forrageiro irrigado no município de Santana do Ipanema – Al. O solo e a água usada para a irrigação foram coletados para análises laboratoriais, e em campo, procedeu-se o levantamento da cobertura vegetal através do método do quadrado. Um questionário foi aplicado para resgatar o histórico de uso e manejo da área. Esses parâmetros foram correlacionados, e, através do método de Spain & Gualdrón, (1991) avaliou-se o estádio de degradação da capineira. O uso de água salobra - C3S1 com características inapropriadas para irrigação, associada ao uso de insumos e de práticas de manejo do solo e da pastagem implementadas de forma incorreta comprometem a sustentabilidade da produção de forragem na área. Em um sistema vulnerável como o do semiárido, a adoção inadequada de tecnologias pelo produtor, reflexo da ausência de assistência técnica pode promover alterações com impactos ambientais irreversíveis. Os efeitos danosos provocados pelo excesso de sais podem ser vistos nos resultados das análises do solo que apresenta pH 13,8, PST 6,9 e saturação de bases de 100%. A cobertura vegetal total encontrada na área foi de 35%, sendo constituída 8% por milho forrageiro e 27% por ervas daninhas e capim nativo. Esses valores respondem pelo grau muito forte de degradação da capineira. Corroboram o alto índice de áreas descoberta no solo (65%), bem como o resultado negativo na produção do milho forrageiro.
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