A COVID-19 atingiu o Amazonas, ampliando as vulnerabilidades que já existiam, principalmente nas cidades do interior. Considerando o importante papel que a Atenção Primária à Saúde – APS tem diante da atual pandemia, além do fato de que maior parte dos serviços de saúde nos municípios do interior do estado é ofertada pela APS, buscou-se descrever a experiência da reorganização da APS, com ênfase nas ações dos agentes comunitários (AC) de um município do interior do Amazonas. Coari está localizado na mesorregião Centro Amazonense, cujo acesso é por via fluvial e aérea, a 363 quilômetros da capital, Manaus. Até o dia 12 de setembro de 2020, o município ocupava a segunda posição no estado com maior número de casos (n=6.990); e terceiro em número de óbitos (n=105). Dispõe de 223 ACS, integrando 22 equipes da Estratégia Saúde da Família e três Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica. Na pandemia, 35 ACS foram afastados por estarem nos grupos de risco. Destaca-se que os ACS da zona urbana e rural (incluindo as comunidades ribeirinhas) incorporaram ao seu rol de atividades ações de monitoramento dos casos confirmados e suspeitos, por meio de visitas domiciliares ou remotamente (por celular). Destacam-se os desafios advindos das barreiras geográficas e de sinal telefônico, características das moradias (alta densidade domiciliar), elevadas prevalências de outras doenças comuns na região, e deficiência de profissionais de nível superior nas unidades da zona rural/ribeirinha. Contudo, mesmo com os desafios, os ACS têm sido atores estratégicos para o enfrentamento da pandemia em Coari, atuando na organização do serviço e na continuidade do cuidado. Estratégias que fortaleçam a APS, colocando-a no centro das discussões, priorizando recursos para seu financiamento e reconhecendo o protagonismo dos ACS, são essenciais para o sucesso do enfrentamento à COVID-19 no país, principalmente nos municípios do interior.
O objetivo deste estudo foi investigar as repercussões biomecânicas do uso de salto alto na cinemática da marcha, considerando suas diversas alturas e modelos.Realizou-se uma revisão da literatura, com artigos publicados entre janeiro de 1990 até dezembro de 2007, nas bases de dados BIREME, MEDLINE e LILACS. Saltos superiores a três cm geram repercussões no aparelho locomotor, principalmente na cinemática da marcha. O uso do salto alto determina uma sobrecarga musculo-esquelética que está associada a uma maior predisposição a lombalgias, gonartrose, hálux valgus, neuroma de Morton, calosidades podais, fraturas e lesões ligamentares. Os achados científicos sugerem o nivelamento da coluna lombar contradizendo as observações clínicas de hiperlordose lombar. O ciclo da marcha apresenta-se modificado, com passos mais curtos e lentos. Há um aumento significativo da flexão do joelho durante o golpe de calcanhar, no tempo de duração da fase de apoio, na sobrecarga sobre o antepé, além de uma redução significativa da amplitude articular durante a fase de balanço. A altura do salto é diretamente proporcional à intensidade das alterações biomecânicas. Reconhecer os mecanismos lesivos, assim como elaborar planos de tratamento para as repercussões advindas pelo uso do salto alto, são aspectos inerentes à fisioterapia. A visão de conciliar características do design, com os aspectos funcionais do pé, apresentam-se como a melhor alternativa no controle destas repercussões.
Federal da Bahia (UFBA). Membro do Comité gestor da Rede de Pesquisa em Atenção Primária em Saúde (APS) da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
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Objetivo: descrever a reorganização do trabalho de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) do município de Coari, Amazonas. Método: estudo descritivo e reflexivo, com base nas informações disponíveis nos portais oficiais de órgãos municipais e estaduais. Resultados: 35 (15,7%) dos ACS de Coari foram afastados por serem grupo de risco. Foram incorporadas novas ações para o enfrentamento da pandemia e desafios advindos das barreiras geográficas, telefonia, características das moradias, elevada prevalência de doenças comuns e deficiência de profissionais na zona rural. Conclusão: os ACS são atores estratégicos no combate à COVID-19, na organização do serviço e continuidade do cuidado.
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