■ RESUMO: O artigo examina a relação entre paixão, democracia e deliberação no pensamento de Hobbes e no de Walzer. São apresentadas as razões pelas quais esses dois pensadores posicionam-se de forma crítica no concernente às deliberações no âmbito de governos democráticos. A relação entre razão e paixão é também examinada no interior do problema central de nosso estudo comparativo.■ PALAVRAS-CHAVE: democracia, deliberação, razão, paixão.Hobbes acredita que todo processo deliberativo envolve uma sucessão alternada de desejos, aversões, esperanças e medos relativos à ação a ser seguida ou a seu impedimento. A deliberação humana é antes de tudo passional. Inicia quando nos sentimos motivados para fazer algo que consideramos bom para nós, mas pode ser interrompida a qualquer momento, se detectamos indícios de que a ação em questão pode trazer-nos algum dano ou prejuízo. A passagem da deliberação para a realização da ação deliberada é intermediada pela faculdade da vontade. A vontade ou o querer humano põe fim à liberdade de escolhermos outro desdobramento concernente à ação proposta. Quer isto dizer que, se o desejo (ou seja, a escolha de praticar a ação) é o último elemento determinante num processo deliberativo, o desejo é determinado como vontade. Por outro lado, se é a aversão (ou seja, a escolha de não praticar a ação) o último elemento determinante, é a aversão que se chamará vontade. O Capítulo VI do Leviatã explica o termo "deliberação" da seguinte forma:
Abstract:The fear-passion-natural transmutes itself into fear-passion-politics when the human craftsman, at the founding pact of the State, artificially constructs legal regulatory mechanisms (punitive laws, for example) to maximize the effectiveness and positivity of fear as motivational disciplinatory factor. The presence of fear has peculiar plasticity with regard to the ties of natural philosophy with the Hobbesian moral and political. The natural fear of dying prematurely (contranatural death) in a pre-political state of nature is the fundamental reason for making moral and political agreements that boost the renunciation of natural rights. The political fear is fear of the public sword, that is, the fear of future bad consequences reserved for the individual or citizen that does not fulfill his political contractual obligations. Keywords: will, passion, fear, contract.Resumo: O medo-paixão-natural transmuda-se em medo-paixão-política quando o artesão humano, por ocasião do pacto fundador do Estado, constrói artificialmente mecanismos jurídicos reguladores (leis punitivas, por exemplo) para maximizar a eficácia e a positividade do medo como fator motivacional disciplinador. A presença do medo possui peculiar plasticidade no que concerne aos vínculos da filosofia natural com a moral e a política hobbesianas. O medo natural de morrer de forma prematura (morte contranatural) em um estado pré político de natureza é o motivo fundamental da confecção de acordos políticos e morais que impulsionam a renúncia aos direitos naturais. O medo político é o medo da espada pública, isto é, o medo das más consequências futuras reservadas ao indivíduo ou cidadão descumpridor de suas obrigações políticas contratuais. Palavras-chave: vontade, paixão, medo, contrato.1 A paixão do medo é indissociável da vida e da obra de Hobbes. Conforme ele conta em sua biografia, seu nascimento se deu prematuramente devido ao excessivo medo de sua mãe em decorrência da notícia que a marinha de guerra espanhola se aproximava da Inglaterra. Além disso, continua Hobbes, tal preocupação de sua mãe com uma possível invasão espanhola fez com que ela parisse dois filhos num mesmo trabalho de parto: Hobbes diz que ele nasceu junto com o seu irmão-gêmeo: o medo.
RESUMOPretendemos com o presente estudo compreender de forma clara e sucinta como a teoria da conservação do Estado em Hobbes articula sua teoria política, constituída esta pelas afecções (paixões), deliberação, vontade e ação. Palavras-chave:Vontade. Paixão. Medo. Contrato. ABSTRACTThis article looks for a clear and brief understanding about how Hobbes´s theory of conservation articulates his political theory, constituted by passion(s), deliberation, will and action.
RESUMOPretendemos com o presente estudo compreender de forma clara e sucinta como a teoria da conservação do Estado em Hobbes articula sua teoria política, constituída esta pelas afecções (paixões), deliberação, vontade e ação. Palavras-chave:Vontade. Paixão. Medo. Contrato. ABSTRACTThis article looks for a clear and brief understanding about how Hobbes´s theory of conservation articulates his political theory, constituted by passion(s), deliberation, will and action.
Resumo: O filósofo inglês Thomas Hobbes é considerado pela ampla maioria dos comentadores políticos o fundador da filosofia política moderna. Apresento nesse estudo o entrelaçamento teórico entre conceitos (direito, poder e representação política) que considero fundamentais para compreender o pensamento político de Hobbes. Palavras-chave: direito, poder, representação, Hobbes. Abstract:The English philosopher Thomas Hobbes is considered by the vast majority of political commentators the founder of modern political philosophy. I present in this paper the interweaving between theoretical concepts (right, power and representation) that I believe are fundamental to understanding the political thought of Hobbes. Keywords: right, power, representation, Hobbes.Vivemos uma época em que a defesa dos direitos humanos e os clamores públicos por justiça, expressos em discursos, movimentos de rua ou revoluções ecoaram e ainda se fazem ouvir em muitas partes do planeta. Em alguns desses lugares o desejo e a vontade universal dos povos pelas liberdades civis confrontou poderosas ditaduras, ideologias racistas e totalitárias e propagou a esperança numa sociedade mais justa e igualitária, simetricamente alinhada com o desenvolvimento social e econômico, postulados fundamentais das democracias representativas modernas. A vulnerabilidade "política" da res publica ou coisa pública diante da perversa e ininterrupta inversão da consagrada equação segundo a qual representantes legitimamente eleitos tem o dever e a responsabilidade de defender o bem comum contra os interesses privados enfraquece, porém Estados e governos e © Dissertatio [39] 265 -275 inverno de 2014
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