7Estas notas buscam levantar aspectos concernentes a uma mudança nos paradigmas do desenho, a partir do século XV, onde os repertórios passam a ser ativados pela reprodução de estampas, criando um campo fértil para as idéias ligadas às variantes e variações da forma como novos instrumentos do desenhista.1547, Benedetto Varchi, historiador e homem de letras florentino, tenta chegar a uma conclusão definitiva sobre um velho paragone, o do cotejo relativo aos méritos da pintura e da escultura. E, para tanto, pede aos mais famosos artistas de Florença que enviem suas respostas por escrito. É conhecida a polida resposta de Michelangelo dizendo "que essas discussões consomem mais tempo do que a realização de estátuas", mas que "por escultura entendia aquilo que se faz através de um processo de subtração (per forza de levare), o que se faz por adição (per via di porre) é mais semelhante à pintura".Com autoridade e concisão, a frase epigramática marca as discussões sobre o assunto desde a Renascença, onde as analogias metafísicas ganham força e eloqüência, até o século XX, momento de estertor dessas relações. Por isso, o momento e a citação não são ao acaso, pois pertencem ao instante seguinte da invenção do artista moderno, no Quattrocento italiano, consciente de seu papel intelectual, de sua dimensão criativa, e vendo esse dom especial como uma dádiva dos céus.
No abstract
Ensaio sobre o nascimento da gravura de estampa na Europa, no século XV, no momento da construção da noção do artífice/artista, onde ainda se confundiam nas oficinas a autoridade dos ofícios com a distinção do autor. Investiga também as relações entre a gravura e o desenho em movimento especulares
Nos últimos anos, a revista ARS veio ampliando de modo gradual seu escopo de atuação, incursionando por temas diversos das artes e da cultura, nem sempre diretamente ligados às artes visuais, mas de inegável interesse para a área. Essa ampliação do escopo não alterou, todavia, o foco prioritário da publicação, que segue sendo as artes visuais. A mudança foi instigada por um difuso sentimento de inquietação, crescente nos últimos tempos; para todos, tornava-se cada vez mais incontornável o imperativo de uma visão mais complexa e multifacetada da arte, especialmente a partir do final da década de 2010. Sob o signo do agravamento da situação mundial, com a crise ambiental e o colapso social que resultava do recrudescimento da desigualdade e da fome, amadurecia, enfim, entre os editores, o desejo de oferecer um quadro mais complexo e diversificado da arte na atualidade, capaz de mostrar a produção artística implicada no horizonte mais amplo da realidade política e social contemporânea.
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