A publicação da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), em 2013, trouxe ao mundo inúmeros posicionamentos que, desde então, tensionam entre os que apoiam bravamente a nova ferramenta diagnóstica capaz de uniformizar os transtornos e os que denunciam seu caráter reducionista, mecanicista e sem fundamentação teórica.O "STOP DSM", manifesto internacional por uma psicopatologia clínica não-estatística, ratificado em Barcelona (2011), teve como objetivo o pronunciamento de critérios clínicos de diagnósticos que repudiavam a imposição de um tratamento único, no qual excluía a diversidade de quadros teóricos. O DSM, em sua quinta edição, recebeu posicionamentos críticos do mundo todo. Dentre os nomes que se posicionaram contra o novo modelo instituído na quinta edição encontramos Allen Frances, médico psiquiatra norte-americano e coordenador da versão anterior, isto é, do DSM-4. Frances se posicionou de forma crítica frente às mudanças construídas no DSM-5 e, portanto, rejeitou participar da elaboração dele, alertando que "nem todos os sintomas e problemas da vida são causados por transtornos mentais e que um diagnóstico malfeito pode ser extremamente prejudicial." (FRANCES, 2015, p.6)
O sujeito se constitui na rede de significantes, construída diante dos afetos que circundam a sua relação com o Outro. Parte dessa afetação é promovida pela musicalidade que caracteriza a fala materna, que tanto promove simbolizações às enunciações do bebê como também embala o real de seu corpo nas ressonâncias da sua dimensão vocal. Fascínio que integra gozo e sentido, convocando-o à linguagem. Nessa perspectiva, o presente artigo remete a uma pesquisa qualitativa, condizente a uma revisão narrativa de literatura, que tem como principal objetivo compreender como as vocalizações do Outro influenciam a forma em que o sujeito conduz a sua fala, demonstrando que a entrada na linguagem acontece frente ao desejo do Outro e que, assim, o sujeito ao falar também goza, por incorporar tal desejo em sua prosódia.
rEsumo: Freud afirma que não precisaria ter escrito os Três ensaios sobre a teoria da sexualidade se os homens soubessem aprender através da observação direta das crianças. Para a Psicanálise, há um laço indissociável entre saber e subjetividade, pois a relação com o outro é fundamental para a construção de um saber. Consideramos que o encontro entre o adulto e a criança carrega em seu bojo a marca do descompasso de saber. Dessa maneira, destacamos, neste trabalho, que esse descompasso promove as vias do não saber, situando um movimento de aprender que se situa na experiência da criança e também na vivência do adulto.
O livro Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, impactou a sociedade por revelar a realidade da favela. Sendo assim, aquilo que deveria permanecer escondido vem à luz revelando um “fruto estranho”. Recuperamos o primeiro anúncio que Freud nos traz em seu trabalho Das Unheimliche (1919), quando ele ressalta que estamos na fronteira da estética ao nos ocuparmos do tema do estranho. Porém, o modo como a Psicanálise se aproxima desse tema revela seu aspecto fugidio e radicalmente intraduzível. O presente trabalho circula entre o que Freud nos ensina sobre o estranho e o que Carolina denuncia com sua letra: a estreita relação entre a escrita e o corpo. Nesse sentido, articulamos o estranho em três tempos: Tempo de ler, Tempo de escrever e Tempo de estranhar.
resumo: Este artigo problematiza a construção do nome próprio na infância, demarcando como eixo de investigação teórica, a perspectiva psicanalítica. Dessa maneira, consideramos a incidência da linguagem e o laço relacional como os operadores privilegiados na constituição subjetiva, na medida em que o bebê humano é inundado pela linguagem que o antecede e o rodeia. Nessa imersão, a criança herda um nome de um outro, e é convocada a responder por esse nome. Entretanto, a apropriação desse nome requer um movimento solidário que corresponde ao reconhecimento de um corpo próprio. Tais operadores se estabelecem pela marca de um initium subjetivo, passo inaugural para a constituição do sujeito. Ao considerar tais elementos, pretendemos estabelecer um diálogo com o campo da educação, pois a escola ocupa uma função mediadora no processo que autentica, para cada criança, a conquista de seu nome próprio.pAlAvrAs-chAve: Nome próprio. Infância. Psicanálise. Educação. dimensões dA herAnçAAquilo que herdaste de teus pais, conquista-o para fazê-lo teu.
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