Introduction: Women present a higher prevalence of negative self-assessment of health (NSAH) when compared to men. However, there is a gap in the literature of factors associated with NSAH in women from developing countries such as Brazil. In addition, few studies have assessed the magnitude of the association between multimorbidity and NSAH in this population. Thus, the aim of this study was to evaluate the association between NSAH and sociodemographic characteristics, lifestyle and multimorbidity in women from the Midwest region of Brazil. Methods: A study based on data from the National Health Survey, a household survey that investigated health situation, lifestyle and risk factors for chronic diseases in the adult population of Brazil, was held. Sampling was performed in multiple stages. The selected women answered a standardized questionnaire on sociodemographic data, self-assessment of health and potential determinants. Poisson regression was used to analyze the association between NSAH and sociodemographic characteristics, lifestyle and multimorbidity. A significance level of 0.05% was established. Results: The study included 4233 women. The prevalence of NSAH found was 6.0% (95% Confidence Interval [95% CI]: 5.1–7.0%). There was an association between NSAH and advancing age, low schooling, physical inactivity and multimorbidity. Furthermore, there was an association between NSAH and diseases/disorders such as chronic back pain, systemic arterial hypertension, mental disorders, depression, cardiovascular diseases, stroke, cancer, hypercholesterolemia and diabetes mellitus. Conclusion: The prevalence of NSAH was low. A strong association was found between this variable and multimorbidity. In addition, increased age, low schooling and physical inactivity were predictors of NSAH in women.
Os cuidados domiciliares constituíam-se como a principal prática das ações de saúde, sendo que na Europa, na virada do século XVIII, a enfermagem domiciliar era majoritária e autônoma na área de saúde (1) . No Brasil, no início do século XX as visitas domiciliares foram largamente utilizadas para o combate às endemias que assolavam os grandes centros do país (2) . Deste modo, o domicílio configurava-se como o local de prática da enfermagem e das ações de saúde. Entretanto, com a expansão dos hospitais, ainda no século XIX, este exercício liberal foi se reduzindo e a enfermagem foi se enquadrando em uma hierarquia de saberes, poderes e funções na área hospitalar, sendo que no Brasil em meados do século XX houve grande transferência do trabalho da enfermagem domiciliar para a área hospitalar (1) , respaldada pelo modelo de ensino biomédico e hospitalocêntrico, atendendo à política assistencial então vigente no país.Entretanto, tornou-se evidente que o atendimento primário, base de entrada para o sistema público de saúde, necessitava de uma nova abordagem, uma vez que a estrutura clássica de unidades básicas de saúde vinha apresentando, em diversos locais do país, uma baixa resolutividade (3) . Para construir uma nova maneira de prestar assistência, mais próxima da necessidade da comunidade, criou-se o Programa Saúde da Família (PSF), baseado em Equipes de Saúde da Família -ESF, que são constituídas de no mínimo, por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Desde meados dos anos 80, a temática Saúde da Família tem sido foco de atenção seja na assistência, ensino ou na pesquisa. Percebe-se que nestas duas décadas, o assunto Saúde da Família tem sido discutido tanto na graduação, como na pós-graduação de enfermagem, sendo neste último nível de modo mais expressivo (4) . Essa estratégia vem não só melhorando o acesso da população ao sistema, como tem proporcionado considerável melhoria na qualidade do atendimento oferecido, traduzido por um atendimento mais resolutivo e integrado das equipes de saúde com a comunidade a que assiste, o que traz um admirável grau de satisfação da população e das próprias equipes de saúde (5) . Para a implementação deste novo modelo é imprescindível a qualificação de profissionais. Torna-se então necessário instrumentalizá-los, reparando as deficiências de conhecimentos, habilidades e fortalecendo práticas referentes à atenção primária de saúde.O PSF tem sua atenção centrada na família e isso exige da equipe de saúde uma compreensão ampliada do processo saúde -doença e da necessidade de intervenções que vão além das práticas curativas.Influenciada pelo paradigma cartesiano, a formação dos profissionais da saúde foi construída de forma fragmentada, * Trabalho apresentado no 54º Congresso Brasileiro
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