Historicamente a educação profissional foi destinada às camadas mais pobres da população que visavam, por meio do ensino técnico, obter uma ocupação para ingresso no mercado de trabalho (CUNHA, 2005). Todavia, a trajetória das escolas federais (BANDERA, 2016) e, posteriormente, os Institutos Federais indica a presença majoritária de estudantes pertencentes à classe média. É nesse contexto que o presente artigo se desenvolve abordando articuladamente, de um lado, a política educacional dos Institutos Federais que logra a democratização do acesso ao ensino técnico; e, de outro, por meio dos resultados de pesquisa quantitativa, o perfil socioeconômico dos ingressantes no ensino médio integrado em um campus do Instituto Federal de São Paulo. Constata-se que o público-alvo prioritário da política não é contemplado e, portanto, segue caminho diverso ao traçado nos primórdios da educação profissional no Brasil.
O presente artigo tem por objetivo debater as relações de trabalho docente observadas no Convênio de Cooperação assinado entre a Secretaria de Estado de Educação do Estado de Goiás (SEDUC-GO) e o Instituto Ayrton Senna (IAS) por meio do programa Acelera, cuja finalidade está na implementação de ações voltadas para classes de correção de fluxo em escolas do Ensino Fundamental I. A hipótese orientadora reside na presença da racionalidade mercado-empresarial para o estabelecimento de políticas educacionais que se distanciam da função pública e amplificam a flexibilidade das formas de contratação docente. A análise insere-se no contexto das políticas neoliberais reverberadas sob o prisma da Nova Gestão Pública (NGP), engendrada no Brasil a partir dos anos 1990. O delineamento metodológico utiliza-se da análise documental e bibliográfica sobre o convênio firmado entre o IAS e a SEDUC-GO, no período compreendido entre 2012 e 2014. Corrobora-se para a existência de elementos que certificam o estabelecimento de formas de contratação que tangenciam de modo intencional as normativas e privilegiam a precariedade do trabalho docente em prol dos objetivos institucionais das entidades representantes dos interesses externos ao direito à educação.
<p class="texto">A partir da caracterização socioeconômica dos estudantes no CEFET-MG o artigo busca verificar a efetiva democratização do acesso ao ensino médio integrado ao técnico profissionalizante, por meio de políticas afirmativas de reserva de vagas. Os resultados apresentados são parte de uma pesquisa mais ampla que investigou estudantes dessa modalidade de ensino no Brasil e na Alemanha. O delineamento metodológico associa pesquisa quantitativa e qualitativa, com aplicação de questionário eletrônico aos estudantes, análise documental e realização de entrevistas semiestruturadas com profissionais em ambos os países. Os resultados da investigação indicam que embora o caminho para a democratização ao ensino público de qualidade ainda seja longo, a implementação de políticas afirmativas, como as cotas raciais, apresenta avanços na direção à igualdade social.</p>
O presente artigo tem como base a pesquisa de Brazorotto (2014) que investigou a implementação do ensino médio integrado (EMI) implementado no Instituto Federal de São Paulo (IFSP) por meio de um Acordo de Cooperação firmado entre o IFSP e a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE-SP) no ano de 2011. Os resultados da referida pesquisa apontaram a distância entre a efetiva integração entre o ensino médio regular e a formação profissional técnica, indicando a permanência do dualismo existente na educação brasileira, que separa a educação propedêutica da profissional. Adicionalmente e a partir de tais resultados, o artigo reflete sobre as iniciativas institucionais que se seguiram ao término da parceria, no ano de 2015 em apoio à construção de Projetos Pedagógicos de Cursos (PPC) elaborados pelos próprios pelos professores e técnico-administrativos nos campi do IFSP. A hipótese que orientou essa análise é de que o processo de reorganização institucional para elaboração dos PPCs de EMI pelo próprio IFSP pudesse oferecer melhores condições para se erigir cursos de EMI pautados na formação humana integral, de forma a superar a educação profissional voltada exclusivamente para atender à demanda imediata do mercado de trabalho.
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