A pesquisa analisa comparativamente dois conjuntos de imagens: fotografias jornalísticas que retratam mulheres beneficiadas pelo Bolsa-Família, publicadas entre 2003 e 2015, em jornais e revistas de ampla circulação nacional; e imagens oficiais do Farm Security Administration, retiradas de coletâneas e do site photogrammar.yale.edu. Busca-se construir uma abordagem teórico metodológica que suscite um olhar atento aos pequenos detalhes, questionando julgamentos e assertivas morais preexistentes. Para tanto, nos apoiamos sobretudo nas reflexões teóricas de Jacques Rancière e Didi-Huberman, que buscam caracterizar o trabalho das imagens como montagens intervalares capazes de tornar perceptíveis as hierarquias e assimetrias que os discursos dominantes se esforçam em apagar. Objetiva-se questionar as formas de legibilidade e inteligibilidade frequentemente associadas às imagens de sujeitos em situação de vulnerabilidade, em prol de apropriações que nos tornem sensíveis às governamentalidades que distribuem desigualmente os espaços, as falas, os tempos e as exposições e aparições da alteridade.
Resumo O artigo investiga o filme A carruagem de ouro (1952), dirigido por Jean Renoir, buscando identificar como as escolhas estilísticas e dramatúrgicas do diretor configuram um artificialismo teatral. A partir da análise da mise-en-scène e da dramaturgia da obra, abordamos como tal artificialismo resulta em uma perspectiva lúdica e incisiva sobre as relações sociais. O aspecto teatral do trabalho é analisado a partir de elementos formais que são mais comuns no teatro (como a frontalidade dos rostos, a desnaturalização e o aprisionamento dos espaços) ou em um cinema considerado “teatral” (como as entradas e saídas laterais), preservados pelo estilo de Renoir.
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