Com vistas a trabalhar a temática da saúde das mulheres, este artigo tem por objetivo, compreender e analisar as narrativas sobre as práticas populares de saúde de sete mulheres assentadas e acampadas do Vale do Rio Doce, a partir de entrevistas realizadas entre os anos de 2021 e 2022.Tal temática, pouco explorada na literatura sobre mulheres rurais, atravessa a discussão sobre a ocupação e permanência na terra e seus processos históricos. Associado a isso, discute-se o conceito de cuidado, relacionado ao papel político que as mulheres desenvolvem na luta pela terra. O trabalho conta com a metodologia qualitativa, aliada às discussões nos campos da história oral, história das mulheres e pesquisa participante. Como resultado foi possível apurar, que a saúde popular, além de ser um cuidado necessário à saúde da militância, torna-se uma forma do fazer político, em que, as mulheres tornam-se protagonistas assumindo tarefas de frente dentro do movimento.
No ano de 1984, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), inaugurou oficialmente uma nova etapa sobre a luta pela terra no Brasil, colocando a Reforma Agrária como parte da construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao longo de sua existência, várias páginas contornaram sua história, tendo a educação e a saúde como pautas desde sua formação. O Setor de Saúde se confirma como segmento dentro do Movimento no ano de 1998, com o intento de organizar as lutas pela saúde a partir de ações educativas, informativas e formativas. Assim, este artigo tem por objetivo analisar os materiais de saúde produzidos pelo Setor Nacional de Saúde do MST e do Setor Regional de Minas Gerais, destacando a relevância da Educação do Campo no processo de amadurecimento das produções didáticas inseridas no contexto da vida camponesa. Foram analisados seis materiais didáticos, entre cadernos e cartilhas de saúde, a partir das categorias: estrutura e formatação, conteúdo, linguagem, ilustrações e gênero. Almejou-se analisar como o MST aborda as questões de saúde em suas produções didáticas. Verificou-se que tais materiais constituem uma forma eficiente de diálogo que respeita a especificidades, tais como cultura, subjetividade e contexto social dos(as) assentados(as) e acampados(as). Observou-se, também, por meio de pesquisa exploratória, uma ausência de trabalhos que analisam tais produções, tornando-se este relevante para os movimentos sociais. Conclui-se que os materiais produzidos são instrumentos importantes para a produção de conhecimento, informação e formação dentro e fora dos espaços educacionais da população do campo, demonstrando o potencial do movimento ao construir e lutar por uma saúde ampla, inclusiva e não opressora.
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