Este artigo aborda o conceito de nacionalismo como categoria de aná para o período de 1951-1964 no Brasil. Ao utilizarmos as concepções de Eric Hobsbawm sobre o caráter histórico do nacionalismo, pretendemos demonstrar de que forma se realizaram as mudanças nos usos e percepções a respeito do fenômeno, sem perdermos de vista sua importância nos embates políticos pela disputa do poder no Brasil.
Resumo: O ano de 1962 não tem sido tratado com a devida ênfase pela historiografia brasileira que se preocupa com o governo Goulart e o golpe de 1964. Neste artigo, descortinarei de forma mais detalhada a relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos ao longo daquele ano, bem como demonstrarei como a posição da Política Externa Independente do governo Goulart em relação a Cuba ao longo do ano foi a causa principal do afastamento entre os países e a razão da política de desestabilização patrocinada pelos estadunidenses. Para tanto, nossos interlocutores serão a documentação oficial produzida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os pronunciamentos do presidente brasileiro, a grande imprensa, as cartas trocadas entre os presidentes Goulart e Kennedy e os documentos produzidos pelo governo dos Estados Unidos.
Este artigo aborda a Política Externa Independente do Governo de João Goulart no contexto anterior ao golpe civil-militar de 1964. Procuramos demonstrar, a partir do retratadono jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, como a política externa do período contribuiu para o acirramento das disputas travadas pelo controle do poder no país,em um momento turbulento da Guerra Fria.
Recebido: 02/10/2018Aprovado: 25/11/2018Publicado: 10/12/2018Em outubro de 1962, o presidente John Fitzgerald Kennedy anunciava publicamente que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas tinha instalado mísseis nucleares em Cuba. Poucas horas antes, Kennedy havia comunicado a situação a todos os presidentes americanos – incluindo o brasileiro João Goulart – e solicitado apoio público as medidas tomadas pelos Estados Unidos da América naquele que era o momento de maior tensão em toda a Guerra Fria. O que o presidente John Kennedy não contava, entretanto, era que a posição do governo Goulart constituísse um obstáculo para os interesses dos Estados Unidos. Através de seus pronunciamentos públicos e mesmo pela troca de correspondência privada com o presidente estadunidense, o presidente João Goulart dizia não ao poderoso presidente dos EUA e continuava enfatizando a defesa da paz, a não-intervenção e autodeterminação dos povos, pedras angulares da sua Política Externa Independente. O que o presidente do Brasil não podia saber, contudo, é que sua negativa ante a solicitação do presidente dos Estados Unidos ensejaria uma nova relação entre os dois países, propiciando as condições internacionais que acabariam fortalecendo a conjuntura política que teria como resultado final o golpe de 1964. Palavras-chave: Governo João Goulart; Crise dos Mísseis; Política Externa Independente; Francisco San Tiago Dantas; Guerra Fria
Este artigo aborda o conceito de nacionalismo como categoria de análise para o peráodo de 1945-1964 no Brasil. Ao estudar esse longo peráodo, optamos por dar ênfase á s mudanças pelas quais o conceito passou, principalmente, ao longo dos anos de 1951 a 1964. Ao utilizarmos as concepções de Eric Hobsbawm sobre o caráter histórico do nacionalismo, pretendemos demonstrar de que forma se realizaram as mudanças nos usos e percepções a respeito do fenômeno, sem perdermos de vista sua importá¢ncia nos embates poláticos pela disputa do poder no Brasil.
Este artigo aborda como a Revolução Cubana alterou significativamente as relações entre os países no continente americano. Para o governo Kennedy, Fidel Castro representava a maior ameaça ao seu domínio hegemônico nas Américas. Em um período inferior a dois anos, muitas foram as desavenças entre os Estados Unidos da América e a República de Cuba. Em razão de sua Política Externa Independente, o governo Goulart se via bastante envolvido na questão de Cuba. Mesmo em meio à emergência de um novo Conselho de Ministros e preocupado com as eleições que se realizariam, o governo brasileiro não deixava de prestar atenção naquela pequena ilha do Caribe e nas ações do governo dos EUA. Uma delas, em especial, era alvo de grande interesse do presidente João Goulart e do primeiro-ministro Hermes Lima: o encontro do secretário de Estado, Dean Rusk, com os representantes dos países latino-americanos na Organização dos Estados Americanos.
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