Resumo Theodore Roosevelt viajou ao noroeste brasileiro em 1913 e 1914. Um dos seus objetivos era o de recolher informações sobre a fauna amazônica, especialmente a onça-pintada. Aliando fotografia e caça esportiva, Roosevelt desejava criar um repertório visual desse animal, mesclando-o à memória de suas conquistas. Entretanto, o terreno inóspito da floresta, o caráter furtivo e a rapidez dos movimentos das onças, assim como as limitações técnicas da fotografia, desafiaram suas pretensões. Examinaremos fotografias de animais produzidas por Roosevelt durante a viagem, assim como os retratos do Señor Lopez, famosa onça do Zoológico do Bronx, cujo registro, incorporado à narrativa da expedição, tornou-se relevante na memória da conquista, numa curiosa “representação do ausente”.
O livro "A caminho do ouro: norte-americanos na ilha de Santa Catarina", de Marli Cristina Scomazzon e Jeff Franco, debruça-se sobre a presença de norte-americanos 1 na vila de Nossa Senhora do Desterro, localizada na ilha de Santa Catarina, em meados do século XIX. A descoberta do ouro na Califórnia, em 1848, atraiu uma multidão advinda principalmente da costa leste norte-americana, interessada nas promessas de fortuna; dirigir-se ao oeste, porém não era uma tarefa simples. O interior dos EUA ainda era perigoso, repleto de obstáculos naturais e habitado por população hostil. A travessia pelo México era complicada, e a estrada transcontinental americana só seria inaugurada em 1869. A rota considerada mais segura consistia em contornar a América do Sul, passando pelo cabo Horn. O caminho era conhecido e já havia sido utilizado por baleeiros e via jantes que comercializavam com o Oriente. A cidade de Desterro era uma das opções de parada, e, inevitavelmente, seu porto atraiu um grande fluxo de visitantes. O livro divide-se em três capítulos. No primeiro, os autores descrevem a mobilização gerada pela notícia de ouro na Califórnia: a quantidade de barcos que se dirigiram ao Brasil, os perigos encontrados no mar e o dia a dia da viagem. Narram ainda o contato ianque com a ilha: suas percepções sobre a natureza local, a cidade e seu povo; como também as dificuldades em lidar com as burocracias portuárias e as diferenças culturais. No segundo capítulo, resgatam a memória dos ilhéus em relação à experiência estrangeira. Utilizando documentos oficiais e periódicos brasileiros da época, os autores tentam explicar a mistura de sentimentos vivida pelos catarinenses, que oscilavam entre a boa hospitalidade, prognósticos de bons negócios e a hostilidade e desconfiança diante de número tão grande de forasteiros. Já no último capítulo, abordam os autores o funcionamento do consulado norte-americano
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.