Este artigo pretende abordar como alguns aspectos da organização do arquivo pessoal de Deocélia Vianna impactam a compreensão do processo de criação de obras elaboradas em coautoria com seu marido, o dramaturgo Oduvaldo Vianna. O Arquivo Família Vianna, formado pelos fundos do casal e de seu filho, o também dramaturgo Vianninha, encontra-se sob a guarda do Centro de Documentação e Pesquisa (CEDOC) da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Desejamos apontar, mediante este caso, como a consolidação de papéis socialmente definidos para as mulheres interferem e acabam por influenciar a identificação, o arranjo e a descrição dos documentos, em especial quando produzidos em um contexto familiar. Para tanto, apresentaremos brevemente a titular, seu arquivo e a metodologia aplicada, com destaque para as suas obras radiofônicas em colaboração com Oduvaldo. Por fim, buscaremos subsídios em estudos recentes e na experiência proporcionada pelo processamento do Arquivo Fernanda Montenegro-Fernando Torres (também depositado no CEDOC/Funarte) para discutirmos a importância da análise contextual para o entendimento da dinâmica de produção de documentos em arquivos de casais. Assim, buscamos contribuir com as reflexões em curso que têm se dedicado à criação de estratégias que resultem em uma representação capaz de evidenciar as particularidades dessas formações documentais.
Resumo Este artigo tem como objeto o programa radiofônico de consultório sentimental Madame D’anjou, apresentado pela redatora e militante comunista Deocélia Vianna entre os anos de 1952 e 1953. A hipótese aqui apresentada é que, por meio dos problemas levantados pelas ouvintes, é possível compreender questões relevantes para as mulheres daquele período, divididas nas seguintes categorias: sexualidade, trabalho, direitos, rádio e saúde. As fontes utilizadas são as cartas de ouvintes e os roteiros da atração, sob guarda do CEDOC/Funarte, no arquivo pessoal de Deocélia Vianna.
O presente artigo tem como objetivo apresentar uma análise quantitativa e qualitativa a respeito da presença de titulares mulheres no acervo custodiado pelo Centro de Documentação e Pesquisa da Fundação Nacional de Artes (CEDOC/Funarte). Formado ao longo de décadas, desde os anos 1970, este patrimônio documental detém uma característica incomum perante as demais instituições congêneres: há nele uma grande quantidade de conjuntos documentais produzidos e/ou acumulados por mulheres. Ainda que em menor número quando comparados aos titulares masculinos, essa evidência nos instigou a uma reflexão sobre como aumentar a visibilidade para tais produtoras. Para tanto, buscamos, como ação inicial, contextualizar a formação do acervo privado sob a guarda da entidade, apresentar o levantamento quantitativo de produtoras de arquivos e coleções e mapear suas principais funções e respectivos campos de atuação. Por fim, apontamos para outras estratégias possíveis que buscam identificar a presença feminina nos Arquivos Privados do CEDOC, para além da titularidade.
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