Resumo: Este artigo tem como objetivo uma leitura semiótica do poema "Fenomenologia da resignação", de José Paulo Paes. O texto está dividido em três partes. Na primeira parte, abordamos, no nível discursivo, a enunciação e as isotopias; na segunda, tratamos do percurso do eu e, na terceira, examinamos a modalização e a paixão, bem como o ser e o parecer. Finalmente, apresentamos uma breve conclusão, salientando aspectos fenomenológicos da percepção que vão da exclusão à participação. Este artigo focaliza o percurso da resignação, que vai da subjetividade à alteridade. Para essa leitura, utilizamos alguns dos recursos que a semiótica de linha francesa nos proporciona. Preferimos optar pela palavra "leitura" a "análise" por configurar-se esta última um objeto de estudo mais extenso. Para Hjelmslev (1975, p. 27), as análises levam em conta a exaustividade, tarefa mais apropriada para uma investigação aprofundada, o que não configuraria o escopo deste artigo. Com base na leitura do poema de José Paulo Paes, e verificamos como esse texto poético é dado como um objeto semiótico (Greimas; Courtés, 1983, p. 313). Ao tratar da resignação, o sujeito percebe que os acontecimentos têm um percurso, cujo continuum compreende tonicidades e atonicidades, paradas e continuações, apogeu e declínio, como diz Mário de Andrade (1987, p. 71) em "Prefácio interessantíssimo" de Pauliceia desvairada: "As decadências não vêm depois dos apogeus. O apogeu já é decadência, porque sendo estagnação não pode conter em si um progresso, uma evolução ascensional." O sujeito resignado seria, pois, aquele que tem o "saber" de que os acontecimentos, ao atingirem o apogeu da tonicidade, não podem ir além desse "mais mais", iniciando-se, em seguida, o percurso do "menos mais" em direção à atonicidade. Palavras-chave: enunciação, modalização, paixão Introdução: leitura e não análise Optamos pelo uso da palavra "leitura" no lugar de "análise" por configurar-se esta última um objeto de estudo mais extenso. Para Hjelmslev (1975, p. 27), as análises levam em conta a exaustividade, tarefa mais apropriada para uma investigação aprofundada.
Este artigo verifica como as interrupções na HQ “Futboil”, de Luiz Gê, são reguladas. Os estudos de missividade de Zilberberg (2006) observam que, quando o fazer emissivo impera, o percurso do sujeito evolui, a narrativa avança e que, quando o fazer remissivo impera, o antissujeito entra em cena, e o percurso do sujeito sofre uma parada em sua evolução, ficando latente. Trata-se de uma intercalação na narrativa entre a parada (remissividade) e a parada da parada (emissividade). Com base nesse jogo missivo, partimos da proposição de dois tipos de antissujeito: de densidade fraca, átono, que interrompe fracamente o percurso do sujeito, e de densidade forte, tônico, que interrompe fortemente a narrativa, ou, em alguns casos, como é o exemplo do final de “Futboil” (a destruição do balão), que introduz uma parada definitiva, chegando a destruir o próprio objeto almejado. Este último tipo faz paradoxalmente o papel actancial de antissujeito e de sujeito: eles mesmos querem, eles mesmos conseguem e eles mesmos rasgam o balão.
Meus*agradecimentos*a*todas*as*pessoas*que*colaboraram*comigo*para*a*confecção*desta*tese,* especialmente*a:*
Este artigo apresenta uma discussão em torno do enunciador Michel Gondry, observando o interesse do cineasta francês pela teoria do linguista americano Noam Chomsky. Nosso objetivo, sem pretender exaustão, é refletir sobre algumas questões sobre o conhecimento de Gondry sobre a teoria linguística de Chomsky e como seu processo criativo apresenta esse conhecimento no filme “Is the man who is tall happy?: an animated conversation with Noam Chomsky”. Assim, nossa intenção é conduzir um breve diálogo que permite uma análise em semiótica francesa, trazendo uma aproximação entre conceitos desta teoria e uma interpretação conceitual do gerativismo chomskyano expressa no filme de Gondry. Para essa discussão, levamos em conta os conceitos de merge (Chomsky 1992, 1995) e sistemas de input/output (Chomsky [2012] 2014) e como eles são apresentados na obra de Gondry por meio do conceito de enunciação, constante no Dicionário de Semiótica, de Greimas e Courtés (1983).
RESUMO: Discutir a poesia aguda de expressão visual e sonora, que partilha o sentido de renovar o antigo, mas não se desgarra do velho, ou de criar o novo, voltando à origem, é um dos motivos principais deste artigo. Mais do que barroquismo no século XX ou ruptura em relação ao passado, investigamos que os poetas Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Affonso Ávila compartilham procedimentos de agudeza que se diferenciam por participarem de tempos discursivos diferentes, o discurso de barroco era um e o discurso do chamado "neobarroco" é outro. A partir de então, a vanguarda já não se faz como categoria operacional, mas apenas como um ponto na linha evolutiva. Temos, assim, um Haroldo de Campos que interroga a história literária de Antonio Candido, propondo-a não como formação, mas como transformação; menos como processo que se forma e mais como processo gerundivo, em que sobressaiam os momentos de ruptura, entendendo a tradição como um procedimento dialético, que coloca face a face diacronia e sincronia. Para exemplificação das reflexões, tomamos como base os poemas "Oportet", de Haroldo de Campos, e "Novo novelo", de Augusto de Campos, para discutir uma questão recorrente na literatura: tradição e ruptura, considerando questionável o rótulo "neobarroco" na literatura brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Literatura brasileira. Poesia experimentalista. Barroco. Neobarroco. Semiótica tensiva. ABSTRACT:To discuss sharp poetry of sound and visual expression, which shares the sense of renewing the old, but not strays from the old, or create the new, returning to the origin, is one of the main reasons of this article. More than baroque style in the twentieth century or break with the past, we investigated that the poets Haroldo de Campos, Augusto de Campos and Affonso Ávila share sharpness procedures that differ by participating in different discursive tenses, the baroque speech is one thing and the so called "new baroque" speech is another thing. Since then, the vanguard is no longer an operational category, but a point in the evolutionary line. We have thus a Haroldo de Campos that questions the literary history of Antonio Candido, proposing it not as a training but a transformation; less as a process that forms and more like a gerundive process, in which stand out the moments of rupture, understanding the tradition as a dialectical procedure, which puts diachrony and synchrony face to face. For exemplification of reflections we based on the poems "Oportet" by Haroldo de Campos and "Novo Novelo" by Augusto de Campos to discuss a recurrent theme in the literature:
<p>Bastam apenas as categorias de enunciação, enunciva e enunciativa, como estratégias de produção de sentido de pinturas e de fotografias? Este artigo objetiva discutir exatamente essa questão. A ideia de modernidade se impõe não como um saber, nem como ciência, mas como modo de reflexão do próprio fazer artístico. Temos a partir de então a explicitação do enunciador (o artista) no enunciado, um<br />simulacro do criador na criatura. Configura-se como objeto deste trabalho a análise da foto de Helmut Newton Autorretrato com esposa e modelos para explicitar estratégias de enunciação enunciativa e enunciação enunciva quando são postas em jogo. Analisaremos ainda a projeção da imagem dos artistas na produção de seus enunciados, primeiramente na pintura, e em um segundo momento na fotografia.</p>
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