RESUMO: Capão Pecado (2000), escrito por Ferréz, faz parte de um momento recente da literatura brasileira. Por ter sido escrito por um "marginal" e ser sobre a periferia de uma grande cidade do Brasil contemporâneo -tão poucas vezes protagonista na nossa literatura -, o romance apresenta uma proposta política inerente à obra que é melhor compreendida se analisada, também, via teoria pós-colonial. Este texto visa esboçar esta vertente. (2000), written by Ferréz, is part of a recent trend in Brazilian literature. Because it was written by a "marginal" writer and being about the suburbs of a big contemporary Brazilian city -rarely a privileged space in this literature -, the novel brings in itself a political purpose better understood via postcolonial theory. This text aims to show this analytical path. ABSTRACT: Capão Pecado PALAVRAS-CHAVE: Literatura marginal; Teoria pós-colonial; Ferréz KEY WORDS: Marginal literature, Postcolonial theory, Ferréz I. Há duas características fundamentais levantadas por RobertFraser acerca da literatura pós-colonial. A primeira diz respeito à necessidade do sujeito de reconstituir-se, ou seja, depois de uma etapa de subjugação, o sujeito pós-colonial tem, na literatura, a chance de criar sua própria identidade. A segunda é a que afirma que nesta literatura duas perspectivas históricas se confrontam.No seu livro Lifting the Sentence, Fraser faz um trabalho minucioso de análise de obras ficcionais pós-coloniais, originárias de lugares diferentes, que culmina em didáticos capítulos em torno das qualidades que as obras apresentam. Primeiramente, Fraser identifica
Instrução para Simbiose Resumo: este texto foi apresentado oralmente na segunda edição do seminário Design.com: Articulações, Expansões, Conexões. Consiste em uma narrativa que visa conectar atores e obras inusitados, desconhecidos uns aos outros, mas que, se devidamente articulados, podem invocar uma história que habite a Chthulucene de Donna Haraway. Os protagonistas, além da própria Haraway, são Gilles Deleuze, Marilyn Strathern, Isabelle Stengers, Beatriz Chachamovits, Davi Kopenawa, o Crochet Coral Reef os mitopoemas yanomami.
Resenha de Olhos de Bicho, de Ieda Magri, publicado em 2013, pela Editora Rocco.
O artigo busca compreender e discutir a teoria que subjaz Formação da literatura brasileira de Antonio Candido através, principalmente, dos conceitos propostos por Adriana Cavarero, Donna Haraway e Gayatri Chakravorty Spivak: a “inclinação”, a “simbiose”, “performar o outro”. Uma vez que Candido expõe seus pressupostos teóricos sobretudo na “Introdução” do livro, este texto visa discutir concepções expostas nas primeiras páginas da obra, desenvolvendo ressalvas tipicamente feministas. Ao levar os pressupostos teóricos de Formação ao limite, este texto, ainda, propõe um debate sobre a literatura-mundo, acreditando na familiaridade dos conceitos envolvidos nos âmbitos desta metodologia e da obra de Candido.
Este artigo constitui uma curta análise de “Meu tio o Iauaretê” (novela de João Guimarães Rosa publicada pela primeira vez em 1961) que busca aferir possíveis sentidos à relação que o texto de Rosa, por ser um diálogo, impõe formalmente e à relação como dispositivo gerador da individualidade do narrador-contador. Além disso, o artigo investe em uma leitura de “Meu tio o Iauaretê” enquanto performativa da escolha pela ascendência materna do personagem-narrador. Este se determinará para além do hibridismo entre ser humano (e ter um pai) e ser onça (e ter uma mãe índia e um tio jaguaretê), reivindicando a materialidade específica do corpo que se transforma enquanto (se) narra como modo de aliar-se a linhagem da mãe. Para tanto, dialogarei com pensadoras feministas contemporâneas e com conceitos da Antropologia, em uma tentativa de criação de uma leitura politicamente motivada a partir do texto literário de Rosa.
O artigo parte da discussão sobre a literatura comparada na obra de Gayatri Spivak (2003), Death of a Discipline, para elaborar um modo de leitura de perto tipicamente feminista e pós-colonial, motivado por saberes parciais e localizados e uma ativa relação com o texto lido. Uma vez formulado e impelido ao encontro da teoria pós-colonial, este modo de leitura nos ajudará a recontar a história de Fitzcarraldo, filme de Werner Herzog, especialmente através da perspectiva dos índios que, resistentes ao contato com outros povos, surpreendentemente ajudam Fitzcarraldo a navegar e tornam-se indispensáveis na sua jornada. A junção dos conceitos transdisciplinares propostos pelo feminismo com a abordagem necessariamente política da teoria pós-colonial permite a este artigo criar e aprofundar-se no “reino misterioso” que Herzog menciona no diário escrito durante as filmagens.
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