Propomos, neste trabalho, uma análise sobre Eles eram muitos cavalos (2001), do escritor contemporâneo brasileiro Luiz Ruffato, tomando como ponto de partida a compreensão da obra como uma “instalação literária”. Ao propor este novo modo de fazer literário, Ruffato apresenta ao leitor uma discussão, relacionada às mazelas de uma megalópole brasileira, sob um viés crítico desautomatizado. Herdeiro de diversos movimentos vanguardistas da modernidade, o autor configura uma poética, composta por um mosaico de gêneros textuais, capaz de apreender e refratar a atmosfera de dinamicidade do mundo contemporâneo. Para desenvolvermos este estudo, recuperamos o conceito de instalação, utilizado nas Artes Visuais, bem como estudos voltados à análise interartística entre a literatura e as Artes Plásticas, propostos por autoras como Marjorie Perloff, Anne-Marie Cristin e Maria Adélia Menegazzo.
In this study, we propose an analysis of K. – relato de uma busca (K. - a search report), by Bernardo Kucinski. In our reading, we privilege aspects aimed at recovering the memory of the post-64 Brazilian military dictatorship. The novel in question tells the story of K., a father who searches for his mysteriously missing daughter in 1974. Based on the understanding that the author uses a strong substratum of reality to write his narrative, we developed a study that is attentive to aesthetics and to the testimonial nature of the book. To do so, we used the theory of memory proposed by Maurice Halbwachs and Ecléa Bosi, essays by Márcio Seligman-Silva on testimony literature and Alfredo Bosi's reflections on literature as a possible form of resistance.
Propõe-se, neste trabalho, um estudo sobre a maneira pela qual o escritor contemporâneo brasileiro Luiz Ruffato, em Eles eram muitos cavalos, desafia e reinventa diversas poéticas que compõem a tradição literária ocidental. Analisa-se, em especial, as afinidades estéticas desta obra com as propostas da vanguarda futurista italiana por meio do suporte teórico de estudiosos como Gilberto Mendonça Teles, Maria Adélia Menegazzo, José Mendes Ferreira e Augusto de Campos. Apresentando-se como uma poética fragmentada, rápida, imagística e multifacetada, Eles eram muitos cavalos propõe inúmeras reflexões a respeito do cenário urbano brasileiro. Valendo-se de uma linguagem próxima à poética futurista, composta por palavras em liberdade em relação à ordem sintática e ao emprego formal de pontuação; bem como da experimentação de recursos tipográficos e onomatopaicos; Ruffato propõe uma relação espaciotemporal que busca provocar no leitor um efeito de dinamismo em referência à atmosfera de uma grande cidade moderna. Ao configurar um ambiente caótico em um mosaico de gêneros discursivos, Ruffato põe em cena uma metrópole desequilibrada e suja, habitada por crimes, desestrutura familiar, doença, consumismo, subempregos, vícios e outras mazelas que permeiam esta sociedade. Diante desta complexa materialidade literária, propõe-se, neste trabalho, uma análise sobre as reflexões sociais e as inovações estéticas propostas em Eles eram muitos cavalos
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