RESUMO Este ensaio traz para o debate processos de invisibilização do jovem negro no sistema educacional brasileiro tendo como uma de suas principais consequências a morte simbólica desse sujeito, que contribui para outras formas de morrer no contexto de uma sociedade marcada pelo racismo estrutural. Partimos do conceito de biopolítica, que será potencializado com a contribuição de Achille Mbembe, ao trazer e aprofundar a discussão com o conceito de necropolítica, que parece orientar parte das políticas educacionais no Brasil. Estas, por sua vez, marcadas por um conjunto incompleto de leis, não garantem o acesso e a permanência da juventude negra na escola. Nesse contexto, surge o desafio de aprofundar o conceito de necroeduação para pensarmos as consequências da eliminação dos corpos negros dos espaços escolares orientada por certa intencionalidade que vai na direção do deixar morrer.
O artigo traz a identidade negra não-homogeneizante como ponto crucial para debates sobre relações étnico-raciais, principalmente nas instituições escolares. Propõe a reflexão a respeito da construção de identidade de alunos negros em uma perspectiva que observe suas singularidades. Partindo da Lei 10.639/03, problematiza estruturas educacionais que reforçam o racismo, além de reafirmarem a ideia de uma identidade negra positivada, sem atentar para a seguinte discussão: que identidade negra é essa? Partindo de revisão bibliográfica e baseando-nos em Hall (2003), sugerimos pensar na ingênua noção que essencializa o negro, como se existisse um ser negro que reunisse todas as características necessárias para ser classificado como tal. São abordados conceitos acerca de identidade e juventude, visando estabelecer a relação entre eles, quando vinculados ao jovem negro em ambiente escolar.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.