Resumo: Assistir televisão assume, na contemporaneidade, novos significados: os modos de ver TV têm sido reconfigurados, ultrapassando o ato de acompanhar conteúdos veiculados em "fluxo" (Williams) pelas emissoras. A partir da premissa da existência de um frame (Gumbrecht) e observando a noção de limites da imagem (Aumont), é proposta a potencial definição do que seria um frame televisual associado a uma nova experiência de TV. Englobando tanto uma expansão da tela quanto uma ampliação do tempo de veiculação, o frame televisual compreenderia o espectador, o televisor e os gadgets associados aos novos modos de ver televisão, constituindo uma atmosfera. O contexto sugerido é exemplificado pela articulação da participação da audiência com a veiculação dos conteúdos no reality show de gastronomia MasterChef Brasil.Palavras-chave: televisão; reconfiguração; experiência; frame televisual.
Abstract:In contemporaneity, to watch TV takes on new meanings: TV viewing modes have been reconfigured, surpassing the act of following streaming content set by broadcasters in "flow" (Williams). Arguing the existence of a "frame" (Gumbrecht), and observing the image boundaries's notion (Aumont),
The second screen experience has reconfigured the way audiences watches TV (considering both social TV and the search for additional contents related to the aired one). The use of gadgets while the viewers watch TV can promote a distraction of the audience, but also potentially expands the reach of TV sponsors -to this expansion effectively occurs, it is necessary the ads synchronization between the multiple screens accessed. Such synchronization can be interesting to the advertising-supported business model in commercial TV, and is applicable especially when the broadcaster supplies the apps in order to the audience materialize their adapted televisual experience. This paper presents a case of ads' synchronization between screens observed with the usage by the audience of an app (supplied by Brazilian Globo Network TV) during the airing of the third season of the SuperStar reality show.
O artigo analisa ocorrências do ethos “Faça você mesmo” (em relação ao punk rock) na cidade de Santa Gertrudes no início da década de 1980. Sustenta que traços de um “sentimento” (Raymond Williams) do período podem ser identificados ao relacionar práticas de punk rockers em metrópoles mundiais com aquelas assumidas por moradores da pequena cidade paulista, estabelecendo-se o que é intitulado aqui como fúria compartilhada. Isso contribuiria para a superação de dificuldades de acesso a conteúdos a partir da produção e distribuição de artefatos que constituem formas de “cultura material” (Daniel Miller), e para a formação de banda musical local: esses dois aspectos parecem habilitar a inclusão dos santa-gertrudenses na “comunidade imaginada” (Benedict Anderson) do punk rock.
O artigo analisa o programa MasterChef enquanto um formato híbrido entre o reality show e o talent show. Aborda-se seu sucesso como associado a um letramento televisual que em seu estágio atual proporciona exposição à audiência da artificação culinária contemporânea. Além da análise semiótica e imanente, usa-se material obtido em entrevistas com membros da produção da primeira edição brasileira. O resultado seria que o aspecto culinário prático não constituiria a principal atração do programa. O formato possuiria cinco componentes que explicariam sua popularidade, entre eles destacam-se as ordálias da identidade dos participantes em provas de resistência psicológica tanto quanto culinária.
Resumo: As variações na experiência televisual motivadas pelo uso das tecnologias digitais têm afetado os convites diretos para a interação da audiência em telejornais e revistas eletrônicas. O artigo aborda estes convites, apresentando dados de pesquisa em curso que analisa o que é classificado como um estágio na preparação cultural para ações de interatividade por parte do público -fala-se em estágio, pois é possível observar a ocorrência de convites para interação desde a década de 1980 (via Correios ou telefone). É apresentado levantamento quantitativo dos convites realizados em programas jornalísticos das redes Globo (2011 a 2013) e Record (em 2013); os dados empíricos habilitam análises qualitativas que evidenciam redefinições na duração nos modos de ver/produzir programas jornalísticos no momento em que o público aumenta o uso da internet enquanto assiste TV.Palavras-chave: cultura; interatividade; programas jornalísticos.
Abstract:The variations in televisual experience motivated by the use of digital technologies are affecting the direct invitations to interaction by the audience during broadcasting of both: TV newscasts and electronic magazines. This paper addresses these invitations, presenting data of an ongoing research that analyzes a moment classified as a phase in the cultural brewing of the interactions by the public -the moment is referenced as a phase because it is possible to observe invitations to interaction since the 1980's (via the post mail or the telephone). The article presents quantitative data related to the invitation during journalistic programs aired by TV networks Globo (2011Globo ( to 2013 and Record (during 2013); the empirical data make it possible the execution of qualitative analysis presenting redefinitions in process related to the ways of watching/produce journalistic programs, regarding the moment when the public increases the internet access while watches TV.
Partindo da hipótese de que o rock pode constituir uma forma de materialidade alternativa para acesso à cultura de um período, o álbum White Light/White Heat da banda Velvet Underground (1968) é abordado considerando um dos contextos observáveis nos últimos anos da década de 1960. A formação acadêmica dos membros da banda, a Pop Art proposta por Andy Warhol e seu modo de vida no estúdio Factory são analisados enquanto partes que contribuem para constituir uma “estrutura de sentimento”. A hipótese é reforçada por uma breve comparação entre White Light/White Heat e o White Album dos Beatles, apresentando a possibilidade de acesso a culturas distintas de um mesmo período a partir do rock.
A customização da grade de programação (ou adaptação dos horários de exibição dos programas) pelo público está inserida entre as possibilidades tecnológicas que podem ser disponibilizadas pela TV digital interativa. Contudo, este tipo de recurso despertou nas emissoras o temor de perda de receita com anunciantes em função de uma eventual dispersão da audiência decorrente das alterações realizadas na grade pelo público. Este trabalho apresenta uma possibilidade de adaptação no conceito de fluxo televisual planejado a partir da interatividade na TV digital brasileira. Considerando as customizações da grade de programação, o trabalho propõe o desenvolvimento do conceito de fluxo re- planejado, que pode caracterizar uma alternativa para receita financeira das emissoras de televisão digital terrestre no Brasil a partir do aparecimento potencial de uma nova forma de audiência – derivada de características do ambiente Web que podem migrar para o contexto da TV digital.
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