O meio rural pela sua diversidade e riqueza cultural representa um local de inúmeras possibilidades. Nesse sentido, a cana-de-açúcar, como elemento base para a produção de derivados nas agroindústrias familiares, constitui um fator de grande relevância para a manutenção dessas famílias e como elemento influenciador na construção de mercados. Em vista disso, o presente artigo investiga a dinâmica dos derivados de cana-de-açúcar no contexto da agroindústria familiar, que organizam sistemas diversos e articulam produção e comercialização em três municípios do estado do Paraná, região sul do Brasil. A pesquisa possui corte transversal e foi desenvolvida a partir da seleção de casos múltiplos no município de Capanema, Guaraniaçu e Marechal Cândido Rondon. A coleta de dados foi realizada por observação assistemática in loco e questionários semiestruturados. Este artigo, portanto, apresenta noções sobre a satisfação dos entrevistados com as práticas produtivas das agroindústrias, como meio de autonomia, preservação de práticas culturais e manutenção familiar. Além disso, constatou-se que a diversidade de sistemas indica melhorias no fluxo de vendas, na qualidade de vida de suas famílias e maior visibilidade tanto para os derivados da cana-de-açúcar, quanto para as agroindústrias familiares na região. A escolha pela cultura da cana-de-açúcar se relaciona além da lógica mercantil, com aspectos de afinidade e diversificação produtiva. Entretanto, este estudo fornece evidências acerca de um mercado ainda pouco explorado, que necessita de ampliação de escala e melhorias tecnológicas nas agroindústrias familiares.
A natureza desse artigo é qualitativa. O objetivo foi discutir de forma exploratória as características identitárias e as práticas ambientais dos pomeranos do município de Marechal Cândido Rondon-PR. A metodologia consiste no uso de Matriz Lógica e na análise qualitativa de dados, com o auxílio da ferramenta MAXQDA. Foi aplicado individualmente um questionário composto por vinte questões abertas e fechadas, para nove pomeranos que residem no município em questão. Os resultados revelaram ocorrências similares especialmente em relação à competência linguística, a maioria dos entrevistados falavam o Pomerano, Português e Alemão (Hunsrück). Ademais, percebe-se que em relação à agricultura, os entrevistados demonstram alto grau de conhecimento, numa lógica socioeconômica de subsistência e alcance de propósitos de vida. A luta pela sua cultura identitária se mantém viva, a partir dos ritos culturais, relações comunitárias, geracionais e religiosas. De acordo com amostra de entrevistados, contatou-se que os pomeranos rondonenses possuem uma forma específica de viver e agir ambientalmente, contudo tendem a sofrer influências do pacote tecnológico agrícola.
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