Resumo Na ocasião da efeméride do centenário de nascimento do crítico galês Raymond Williams, não foram poucas as comemorações de seu legado intelectual. Aqui proponho traçar um itinerário da lembrança, isto é, além de pontuar aspectos da trajetória de Williams, reúno as características de sua obra resgatadas ao longo das celebrações, localizo-as geograficamente e faço algumas considerações sobre seus arranjos. Partindo dos pressupostos das concepções de campo e da ilusão biográfica, elaboradas por Pierre Bourdieu, chamo atenção para as qualidades específicas do “relato de si” do escritor/intelectual e o impacto dessas no exame das trajetórias e ideias realizados por seus estudiosos. Com base nesse arcabouço, junto-me às solenidades da ocasião e seleciono as facetas de Raymond Williams que eu gostaria de lembrar. Por fim, argumento que o reconhecimento dessas camadas de sentido em nada diminui a capacidade de produção de conhecimento e que essas são, na verdade, complexificações constituintes da socioanálise.
Materialism (2017) é a obra mais recente de Terry Eagleton (1943-), um dos críticos culturais mais influentes da Grã-Bretanha nos dias atuais. No livro, o autor discute os Materialismos de Karl Marx, Friedrich Nietzsche e Ludwig Wittgenstein. No decorrer de cinco breves capítulos, traça distanciamentos e semelhanças entre essas propostas. São tomados como temas centrais a relação do ser humano com seu corpo, com a natureza, com a linguagem e o autoconhecimento.
Esse artigo discutirá alguns aspectos de uma pesquisa de mestrado em andamento. Trata-se de um trabalho que privilegia o estudo da teoria cultural do pensador galês Raymond Williams, o Materialismo Cultural, e o modo como ele se desenvolveu em importantes obras teóricas de diferentes momentos de sua trajetória intelectual. Busca-se no texto dialogar com o contexto de produção dessa teoria na segunda metade do século XX. A relevância dessa empreitada reside na tentativa de inter-relacionar um rigoroso estudo teórico com uma análise do contexto histórico, utilizando metodologia de caráter interdisciplinar – como é de praxe na área da história intelectual – advinda da Sociologia da Cultura e da Teoria Cultural, respectivamente o uso do conceito de campo de Pierre Bourdieu e de estrutura de sentimento, do próprio Williams. No que diz respeito à contribuição específica advinda da prática historiográfica, ressalta-se a ênfase na relação dialética entre obra e vida, sem privilegiar somente a obra – vendo-a somente como um reflexo do contexto –, nem exclusivamente o contexto, entendido como simples plano de fundo.
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