Introdução: O jejum pode ocorrer em diversas situações no ambiente hospitalar, como exames laboratoriais e imagens, cirurgias, conduta médica, instabilidade clínica do paciente, entre outros. Após algumas horas de jejum, ocorre diminuição dos níveis de insulina e aumento dos níveis de glucagon. A reserva de glicogênio é consumida em menos de 24 horas. Simultaneamente a gliconeogênese é ativada e o catabolismo proteico é acelerado. A conduta nutricional hospitalar é necessária para preservar ou recuperar o estado nutricional, e o jejum prolongado pode favorecer ou agravar a desnutrição em pacientes hospitalizados. Assim, é importante identificar os motivos do jejum sem tratativa para que intervenções sejam realizadas a fim de evitar complicações. Objetivos: Estratificar os motivos do jejum superior a 24 horas e quantificar os pacientes em jejum acima de 24 horas sem tratativa. Métodos: Dados tabulados do período de dezembro de 2018 a junho de 2019, por meio de relatório diário, estabelecido em protocolo institucional, evidenciando tempo de permanência e motivo do jejum e tratativa aplicada para abreviação do jejum. O protocolo abrange os pacientes internados na instituição, com exceção de recém-nascidos. Os resultados estão apresentados em porcentagem. Resultados: Analisou-se 3.469 pacientes que estiveram em jejum no período indicado. O tempo de jejum superior a 24 horas correspondeu a 15%. O principal motivo foi cirúrgico (49%), seguido de jejum terapêutico (33%), terminalidade (10%), sonolência/disfagia (7%) e endoscopia/colonoscopia (1%). Foram evidenciados 39 pacientes (7,8%) que não estavam de acordo com o protocolo institucional, sendo que destes, 43,6% não apresentavam justificativa do jejum sem tratativa. Discussão: O jejum prolongado pode ocasionar alterações metabólicas, mudanças na composição corporal e na fisiologia dos órgãos, ocasionando maior probabilidade de ocorrência de infecções, úlceras por pressão e comprometimento da barreira intestinal. A principal causa de jejum superior a 24 horas foi cirúrgica, sendo que de acordo com a Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina, a recomendação é de que a reintrodução da dieta no pós-operatório seja realizada entre 12-24 horas após a maioria dos procedimentos. O tempo adequado de jejum é importante para evitar a desnutrição hospitalar e/ou minimizar os malefícios aos pacientes já desnutridos. Conclusão: Identificou-se a necessidade de intensificar a monitorização do tempo de permanência em jejum e tratativas aplicadas, tendo como foco abreviar o tempo de jejum e conscientizar sobre a importância do protocolo institucional, diminuindo riscos como hipoglicemia, morbimortalidade, desnutrição hospitalar e tempo de internação.
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