Resumo: Este estudo analisa a atuação empresarial através do movimento da responsabilidade social em duas formações sociais concretas (Brasil e Portugal), tendo em vista suas repercussões para a educação. Alicerçado no materialismo histórico e, mais especificamente, nas formulações de Antonio Gramsci, busca-se apreender as relações de poder que atravessam a aparelhagem estatal e a sociedade civil na configuração de uma nova sociabilidade e de políticas educacionais fundamentadas na cultura empresarial, evidenciando as formas de legitimação da hegemonia da classe dominante. Palavras-chave: responsabilidade social; educação; hegemonia.Resumen: Este estudio examina la acción empresarial a través del movimiento de la responsabilidad social en dos formaciones sociales concretas (Brasil y Portugal), a la vista de las implicaciones para la educación. Guiado por el método del materialismo histórico y, más específicamente, por las formulaciones de Antonio Gramsci, este trabajo busca comprender las relaciones de poder que atraviesan el aparato del Estado y la sociedad civil en la creación de una nueva sociabilidad y políticas educativas basadas en la cultura empresarial, con la demostración de las formas de legitimación de la hegemonía de la clase dominante. Palabras clave: responsabilidad social; educación; hegemonía.Abstract: This study analyzes the business activities through social responsibility movement into two concrete social scenarios (Brazil and Portugal), observing its implications for education. Guided by the historical materialism method and, more specifically, by the formulations of Antonio Gramsci, this work intends to understand the power relations that cross the state apparatus and civil society in the creation of a new sociability and educational policies based on the business culture by revealing in which ways these issues legitimize the dominant class hegemony. Keywords: social responsibility; education; hegemony. IntroduçãoAlicerçado no materialismo histórico como perspectiva epistemológica, o presente trabalho analisa o movimento da responsabilidade social e suas repercussões para a educação brasileira e portuguesa nos anos iniciais do século XXI. O objetivo é apreender os nexos entre a atuação empresarial e a educação com base nas contribuições teóricas do pensador marxista italiano Antonio Gramsci, especificamente os conceitos de Estado ampliado e hegemonia 2 (GRAMSCI, 2000b), evidenciando em que medida as entidades que atuam no movimento da responsabilidade social se constituem enquanto representantes dos interesses burgueses, exercendo o papel de aparelhos privados de hegemonia que atuam na sociedade civil como organizadores da vontade coletiva.
Este trabalho analisa o movimento da responsabilidade social, tendo em vista os projetos educativos da organização empresarial brasileira Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) e da organização empresarial portuguesa Epis (Empresários pela Inclusão Social). Com base no materialismo histórico e, mais especificamente, nas formulações de Antonio Gramsci, o objetivo é identificar os modos de pensar, agir e sentir disseminados por essas entidades empresariais para apreender o processo de hegemonia que legitima a cultura empresarial nas políticas educacionais e reafirma os interesses da classe dominante no conjunto das relações sociais.
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 150%; font-family: Garamond, serif; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Este estudo analisa a atuação dos organismos internacionais no Brasil e em Portugal, tendo em vista as repercussões para as políticas educacionais nessas duas formações sociais concretas. Com base no método do materialismo histórico e, mais especificamente, nas formulações de Antonio Gramsci, busca-se evidenciar as relações de hegemonia que atravessam as diretrizes educacionais desses organismos, identificando em que medida a classe dominante reafirma e consolida a concepção burguesa de mundo em projetos educativos.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 150%; font-family: Garamond, serif; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Palavras-chave: organismos internacionais; políticas educacionais brasileira e portuguesa; hegemonia</span></p>
Considerando a necessária indissociabilidade entre sujeito e objeto enquanto orientação fundamental para manter o rigor teórico-metodológico nas análises alicerçadas no materialismo histórico, a presente resenha tem como objeto a obra “Periodização histórico-cultural do desenvolvimento psíquico: do nascimento à velhice”, uma vez que constitui uma importante contribui ção pela compreensão basilar de que o desenvolvimento humano é cultural, histórico e socialmente condicionado pela totalidade indivíduo/realidade social.
The text presents the result of research on public-private partnerships in Brazil’s basic education. We analyzed the relation between the Municipal Executive Power and private organizations in the provision of public education in cities of Minas Gerais. We investigated center cities in the state's mesoregions: Uberlândia, Governador Valadares, Juiz de Fora, and São João Del-Rei. We adopted as an epistemic basis the historical-dialectical materialism and documentary analysis as the methodology. We compiled an empirical corpus with documents from the state apparatus and civil society organizations hired by public entities. We noticed childhood education is the stage in which the new type of privatization process is most advanced. Only one city presented a privatization initiative of a new type in elementary education. We identified: (i) public-private relations are privatization expression of a new type of education; ii) management mechanisms follow the management public administration precepts; (iii) organizations hired by the public power were re-functionalized by management precepts as social companies. We conclude the new public-private relation redefines the idea of public space, destabilizes the democratic management, updates the labor division in education between the public sector and private organizations, and weakens the right to public education.
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