Resumo O objetivo deste artigo é comparar aspectos das interpretações de Karl Marx em 18 brumário de Luís Bonaparte e no ensaio Teoria freudiana e o padrão da propaganda fascista de Theodor Adorno, a respeito do caráter fetichista que se incorpora a instituições e fenômenos políticos no mundo burguês - tanto em sua aurora, quanto em seu desenlace tardio. Em ambas as interpretações há uma curiosa reincidência de personagens e certos procedimentos que estimulariam o povo a agir como massa. Se é possível sublinhar, nas análises de Marx sobre a ascensão de Luís Bonaparte, consequências para a centralização e racionalização do aparato estatal, ressalta-se, por outro lado, o aspecto mitológico e fantasmagórico que organizaria o interior da esfera política. Ao perscrutar o fenômeno do nazifascismo e do antissemitismo moderno, Adorno desenvolve uma interpretação a respeito das bases objetivas e dos mecanismos subjetivos envolvidos na dinâmica da relação entre o líder fascista e a massa de seus seguidores. Também aqui se verifica a atuação de fenômenos fetichizados.
O objetivo deste artigo é uma interpretação da teoria social de Theodor Adorno e Herbert Marcuse. Para tanto, reconstruímos aspectos de seus diagnósticos de época em dois momentos históricos, o nazismo e o pós-guerra europeu. Apesar de suas particularidades, Adorno e Marcuse partilham a pretensão de compreender a dialética entre aspectos dinâmicos e certa invariância estática, que caracteriza as sociedades burguesas. O desenvolvimento da teoria crítica deve ser entendido, então, como o exame dos traços permanentes da sociabilidade capitalista ao mesmo tempo em que esta se transforma no curso da história. Como conclusão, apresentamos uma breve reflexão sobre a atualidade da teoria crítica para interpretar fenômenos sociais contemporâneos.
requisito à obtenção do grau de doutor, sob orientação do Prof. Dr. Ricardo Musse.Versão corrigida em outubro de 2014 São Paulo 2014 9 Weber, Max. "Estudos críticos sobre a lógica das ciências da cultura"; p. 163. 10 De acordo com Turner e Factor, esse processo de abstração se compõem em dois procedimentos, quais sejam, o isolamento e a generalização. O tratamento conceitualmente adequado dos eventos históricos seria pautado, portanto, segundo Turner e Factor: "Utilizando os termos de Weber, deve-se 'isolá-los' e 'generalizá-los'. Isolar é considerar uma relação causal nos termos de certo conjunto particular de condições, isolando-as assim da 'infinidade de condições' remanescentes que devem ser deixadas de lado. Generalizar é descrever em termos gerais. Ambos tipos de abstrações são requeridos no julgamento de possibilidade objetiva." Turner, Stephen e Factor, Regis. "Objective possibility and adequate causation in Weber's methodological writings"; p. 12. Ainda consoante Turner e Factor, quanto ao procedimento de isolamento dos demais fenômenos, não se deve entender que a existência dos fenômenos determinantes de algum acontecimento histórico não são a sua causa suficiente, isto é, a atuação dos mesmos elementos em uma outra situação histórica não significa que os resultados obtidos antes se reproduziriam automaticamente.
This text is a interpretation of the essays in which Theodor Adorno criticizes classic authors of sociology and discusses the sociological problems of his time. This investigation don't have the aim of to detect the influences that certain authors by chance would have over the Theodor Adorno's thoughts, but to show how his social theory can be rebuilt starting from his criticism of the sociological tradition. I intend to show that, by dealing with the sociology's "history", positioning himself before the scientific polemics and controversies, Adorno perform a widening the comprehension of the sociological experience leading to the last consequences the project of understanding of the social processes through the criticism to modern sociological thought.I can assert that Adorn, in the polemics against the positivism in German sociology, in his analysis about the Auguste Comte's work, in the interpretation of Émile Durkheim's works, through of "immanent criticism", seeks to build a "critical theory", which constitutes itself starting from the criticism to sociological tradition.
O objetivo deste artigo é analisar aspectos da leitura de Herbert Marcuse da sociologia de Max Weber, privilegiando suas considerações sobre transformações na esfera política desencadeadas com o fim do período liberal do capitalismo. A partir de uma crítica imanente do pensamento weberiano, Marcuse correlaciona sua interpretação da imbricação entre a forma de dominação racional-burocrática e as lideranças de tipo carismático aos pressupostos materiais das sociedades modernas em seu decurso tardio. Mais do que um simples comentário sobre um clássico da sociologia, é possível reconstruir aspectos da teoria social do frankfurtiano por meio das críticas ao pensamento de Weber. Ademais, embora aponte para o predomínio de uma mesma racionalidade instrumental que se apodera de variados domínios da vida social, o diagnóstico marcuseano se afasta de uma compreensão unidimensional da “modernidade tardia”, ressaltando a atuação de suas contradições e seus antagonismos imanentes.
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