Este artigo avalia a emergência de torcidas antifascistas na história dos modelos coletivos do torcer e os tensionamentos provocados nas dimensões de gênero, raça e classe. A partir da projeção e do alcance que o futebol produziu desde o século XX, mobilizando milhares de pessoas de diferentes formas, questões como machismo, homofobia e racismo conformaram a experiência desse esporte na sociedade. À vista disso, ao posicionar a profusão de torcidas antifascistas no século XXI, consideramos delinear um quadro histórico das torcidas organizadas através do esboço da terminologia de primeira, segunda, terceira e quarta ondas do torcer. Utilizamos como fontes históricas depoimentos, periódicos e imagens, ressaltando suas condições sociais de produção e de circulação. Portanto, este artigo lança luz sobre os desdobramentos, os significados e o potencial político do antifascismo nas torcidas de futebol ao trazer à tona manifestações sociais de torcedores/as organizados/as. Dessa forma, há neste texto um diagnóstico do movimento contemporâneo de politização, sob o ponto de vista político de esquerda, dos espaços futebolísticos.
O presente artigo examina os valores e os sentidos atribuídos por torcedores aos estádios de futebol diante dos embates em torno das novas arenas multiuso. A partir da experiência da Arena Castelão, localizada na cidade de Fortaleza, investigamos como os estádios de futebol se alicerçam enquanto bens culturais representativos de uma coletividade que ganham valor de patrimônio. À vista disso, o processo de arenização, ao atender as demandas de mercado e da lógica capitalista de produção do lucro no espaço futebolístico, provocou controvérsias e reações de diferentes agrupamentos coletivos de torcedores. Como sintoma e efeito das transformações hipermecantilizadas, este artigo avalia a emergência das torcidas antifascistas no século XXI em um quadro histórico mais amplo dos modelos coletivos do torcer, expressados por meio da metáfora do movimento primeira, segunda, terceira e quarta ondas. Dessa maneira, utilizando narrativas, imagens e periódicos como fontes históricas, sugerimos entender o processo de arenização como uma tentativa de sequestro dos mais genuínos valores, comportamentos, expressões e referência cultural que os estádios de futebol adquiriram, reordenamento imputado, portanto, à revelia dos torcedores.
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