The geographic distribution of 27 species of the South American megafauna of herbivore mammals during the Late Pleistocene was analyzed in order to identify their distributional patterns. The distribution of the species was studied using the panbiogeographical method of track analysis. Six generalized tracks (GTs) and two biogeographic nodes were obtained. The GTs did not completely superpose with the areas of open savanna present in Pleistocene, nor with the biotic tracks of some arthropods typical of arid climate, indicating that these animals avoided arid environment. Overall, the GTs coincided with some biogeographic provinces defi ned on the basis of living taxa, indicating that certain current distributional patterns already existed in Pleistocene. The biogeographic nodes coincided with the borders between the main vegetal formations of the Pleistocene, showing that the type of vegetation had great infl uence in the distribution of the mammalian megafauna. The node 1 confi rmed the existence of contact zones between paleobiogeographic regions near Argentina-Uruguay border. The node 2 connects the Brazilian Intertropical regions.
Uma vez que biogeografia é a ponte entre biologia e geologia, o espaço geográfico é o cenário no qual a dinâmica da biota atua na dimensão espacial da evolução. Consequentemente, muitos conceitos se sobrepõem nas ciências correlatas e grande parte deles deriva de mitos produzidos por culturas na aurora da humanidade. Por esta razão, descobertas da geografia e geologia estão associadas à história inicial da biogeografia. Infelizmente, rígidas barreiras interdisciplinares foram construídas, separando ciências afins. Embora aprisionadas no cul-de-sac da história, em conjunto e em uma perspectiva pluralista, essas ciências podem positivamente dizer algo sobre origens. Se mitos e lendas produziram cenários nos quais conceitos foram delineados, recuperar essa história nos permite entender as razões epistemológicas e os pontos de partida de modernas correntes de pensamento e metodologias da biogeografia analítica. Ainda, explorar conceitos-chave e identificar suas origens contribuem para o conteúdo dessas disciplinas, explicando o que foi anteriormente assumido como realidade objetiva sobre o espaço geográfico. O objetivo desse artigo é integrar a história inicial da biogeografia com as primeiras descobertas da geologia e geografia, destacando-se seletos eventos, mitos e antigos protagonistas, e discutindo influências e implicações. Concluímos que insights originais sobre espécies, fósseis, extinção, endemismo e transformismo já estavam presentes entre os antigos gregos e romanos, mas foram distorcidos para se ajustar às correntes obscuras de pensamento ao longo da história da cultura ocidental.
As coleções paleontológicas representam uma herança natural e cultural, que deve ser salvaguardada em acervos institucionais. Dentre elas, destaca-se a Coleção de Paleovertebrados do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional (DGP-MN), que sofreu uma considerável perda, em decorrência do incêndio sofrido por este museu em 2018. Uma forma de recuperar as informações históricas e científicas desta coleção está em seu registro iconográfico. Nesse contexto, o presente trabalho inventaria e ilustra o acervo, que ficou conhecido no Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional como “Coleção Cope”. Trata-se de uma centena de vertebrados fósseis que foram enviados, sob a forma de empréstimo, ao paleontólogo norte-americano Edward Drinker Cope (1840-1897), no final do século XIX, para identificação e descrição. Grande parte desta coleção foi obtida durante a construção da Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco, inaugurada em 1860. A implementação e consequente ampliação da rede ferroviária no Brasil, no final do século XIX, trouxe não só crescimento econômico, como possibilitou a formação de muitas coleções paleontológicas, uma vez que os cortes abertos nos terrenos para a construção das estradas de ferro revelaram o registro fossilífero, como é o caso da “Coleção Cope”. Se esta não mais existe fisicamente, ao menos a listagem e o registro iconográfico aqui apresentados poderão revalidá-la para a paleontologia brasileira.
om o objetivo de incrementar o ensino de disciplinas multifacetadas que lidam com aspectos dinâmicos das biotas no espaço, em curta ou longa escala temporal, é apresentada uma concisa história da biogeografia na fase pós-lineana, explorando aspectos interdisciplinares. Assume-se que, a partir da primeira formalização biogeográfica de Linnaeus, com o postulado centro de criação e dispersão, tiveram início as fases narrativa e analítica da Biogeografia Histórica. Descortinar descobertas, eventos e protagonistas permite uma revisão de conceitos que nortearam a história biogeográfica contemporânea. A abordagem, ainda não esgotada, contribui tanto para o aspecto ilustrativo disciplinar quanto para o desenvolvimento de senso crítico referente ao conteúdo. As ideias dispersionistas pós-lineanas de seletos naturalistas dos séculos XVIII e XIX são exploradas e contrastadas com a revolucionária proposta do botânico Léon Croizat. Sua inspiradora metáfora – Terra e vida evoluíram em conjunto – representou uma ruptura epistemológica em relação ao dispersionismo clássico e influenciou a criação de novas escolas de pensamento biogeográfico, rivais ou complementares. Com a Pan-biogeografia de Croizat, houve uma valorização da relação espaço-temporal dos componentes bióticos, dentro da tríade Space, Time and Form. Por outro lado, o paradigma da biogeografia insular, modelo dispersionista por excelência, longe de ser abandonado, revitalizou-se recentemente com moderna abordagem.
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