Este artigo tem origem em debates atuais em torno da adolescência. Nesses debates, ele assume a premissa teórica de que a adolescência é uma construção cultural, isto é, de que uma noção de adolescência sempre é tributária do contexto que a define. A fim de escutar discursos sociais sobre esse tema, nos debruçamos sobre alguns estudos históricos acerca da adolescência, assim como sobre algumas produções culturais que participaram da formulação do que se entende por adolescência em cada tempo. A partir das transformações e repetições encontradas, definimos as seguintes categorias de análise, que nos parecem cruciais na compreensão do objeto de nosso estudo: adolescência e rituais de iniciação; marcas iniciais; juventude temida; metáfora da mudança social; subcultura adolescente. Por fim, sugerimos que a adolescência talvez seja, em nossas sociedades, uma dobradiça entre as angústias que conjuramos e a possibilidade de encontrar um destino simbólico para essas angústias.
ResumoEste artigo discute a relação entre publicidade e narcisismo, a partir da teoria psicanalítica, visando problematizar a questão do sofrimento narcísico na atualidade. Pretende compreender a influência do contexto social na promoção ou perpetuação do sofrimento psíquico e o papel da publicidade nesse contexto. Para ilustrar o que é "vendido" além do real produto na publicidade foram utilizados nove slogans. Concluise que a constante imposição de ideais narcísicos inalcançáveis pela publicidade, somados a uma sociedade com sujeitos que se utilizam de defesas narcísicas, como forma de se protegerem da instabilidade e da insegurança, gera um crescente desinvestimento narcísico dos objetos e um incremento das pulsões libidinais voltadas ao próprio ego, resultando no que Green (1988) denomina "narcisismo de morte". Palavras-chave: Narcisismo; Publicidade; Sociedade; Sofrimento Psíquico. "MIRROR, MIRROR ON THE WALL": NARCISSISM REFLEXES IN ADVERTISING AbstractThis article discusses the relationship between advertising and narcissism, from the psychoanalytic theory, aiming to problematize the question of narcissistic suffering today. It aims to understand the influence of the social context in promoting or perpetuating psychological distress and the role of advertising in this context. To illustrate what is "sold" beyond the real product advertising, nine slogans were used. We conclude that the constant imposition of narcissistic unachievable ideal for advertising, in addition to a company with subjects that use narcissistic defenses as a way to protect themselves from instability and insecurity, generates a growing narcissistic disinvestment of objects and an increase of drives libidinal focused on the ego, resulting in what the psychoanalyst Green (1988) calls "narcissism of death". Keywords: Advertising; Narcissism; Society; Psychological Suffering. "ESPEJO, ESPEJO MÍO": REFLEJOS DEL NARCISISMO EN LA PUBLICIDAD ResumenEn este artículo se analiza la relación entre la publicidad y el narcisismo, desde la teoría psicoanalítica, con el objetivo de cuestionar el sufrimiento narcisista hoy. Su objetivo es comprender la influencia del contexto social en la promoción o la perpetuación del sufrimiento psíquico y el papel de la publicidad en este contexto. Para ilustrar lo que se "vende" más allá de los verdaderos productos fueron utilizados nueve consignas. Llegamos a la conclusión de que la imposición constante de ideales narcisistas inalcanzables por la publicidad, además de una sociedad con sujetos que utilizan defensas narcisistas como una manera de protegerse de la inestabilidad y la inseguridad, genera una creciente desinversión narcisista de los objetos y un aumento de los impulsos libidinales enfocados en el ego, dando como resultado lo que el psicoanalista Green (1988) llama "narcisismo de muerte." Palabras clave: Publicidad; Narcisismo; Sociedad; Sufrimiento Psíquico.
Este artigo origina-se da inquietação dos autores diante dos debates em torno da adolescência atual. Partindo de três filmes lançados em 2016 (Raw, Demônio de neon e Mate-me por favor), propomos um debate sobre o atual da adolescência como aquilo que não cessa de não se escrever. Em termos metodológicos, consideramos os momentos em que assistimos aos filmes como um sonho recorrente e seus relatos como uma “elaboração secundária”, onde rearranjamos seus significantes. Observamos, assim, alguns temas transversais: um jogo escópico frequentemente aprisionado em uma dimensão especular, canibalismo e a presença de um gozo erótico mórbido. Por fim, enlaçamos esses elementos com o intuito de formular uma pergunta: a proliferação de discursos sobre a adolescência consistiria em um esforço, sempre fracassado, de nomear o inominável?
Partindo da ideia de Stephen King de que as produções de horror servem como um barômetro muito preciso que aponta aquilo que aterroriza uma sociedade, este artigo tem como objetivo propor uma reflexão acerca dos enlaces entre adolescência, cinema e horror, no momento em que a adolescência como categoria social se consolida, isto é, nos anos 1950. Para isso, realizamos uma revisão bibliográfica sobre a relação entre horror, monstruosidade e cultura, assim como sobre o desenvolvimento dos gêneros cinematográficos horror e teen movies. Também realizamos sucintas análises fílmicas de algumas obras importantes na história desses gêneros cinematográficos. Observamos que, se, por um lado, com o surgimento dos teen movies, as telas do cinema passam a ser habitadas por monstros adolescentes, por outro, os discursos com pretensão de cientificidade nos falam sobre uma adolescência monstruosa. A partir disso, concluímos que talvez haja uma intrigante equivalência cultural entre adolescência e monstruosidade: tanto monstros quanto adolescentes trazem à luz algumas questões fundamentais para o ser humano, encarnam aquilo para o que não temos resposta, apontam os limites do saber.
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