Resumo Que fatores concorrem para a diferença de desempenho eleitoral entre o primeiro pleito vencedor de um partido e a eleição seguinte? Usamos os achados de Bolleyer e Bytzek (2015), sobre organizações partidárias de 17 democracias parlamentaristas, como hipóteses testadas para o caso de partidos brasileiros criados a partir de 2000. Os resultados da análise de correlação e do teste não paramétrico de Wilcoxon-Mann-Whitney foram que o tempo entre a criação do partido e sua primeira vitória no Legislativo não é correlacionado; e que não são significativas as diferenças entre os partidos de diferentes ideologias, que integraram ou não gabinete presidencial, ou que tiveram troca de liderança. Alguns destes achados destoam daqueles obtidos para os outros países. A explicação institucional pode ser a facilidade para a criação de partidos e, até 2016, as coligações em eleições proporcionais aliadas a inexistência de cláusula de desempenho partidário.
O sistema eleitoral brasileiro permitia – até a criação de uma cláusula de barreira – a formação de coligações entre partidos políticos que poderia ser usada como estratégia para garantir o sucesso eleitoral, tanto em candidaturas do sistema majoritário quanto no proporcional. Buscamos analisar o quanto as coligações foram significativas nas eleições proporcionais do município de Curitiba, em 2016, qual foi Número Efetivo de Partidos (NEP) e taxa de fracionalização, para averiguar o nível de fragmentação, a partir de dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, observamos o quanto o financiamento garantiu o sucesso eleitoral dos vereadores, utilizando banco de dados cedidos pelo Laboratório de Análise de Redes (LAR) da UFPR. Os resultados reiteram a teoria de que coligações e financiamento são fatores determinantes para a garantia do sucesso eleitoral, sendo o financiamento a forma individual de conseguir votos e a coligação a forma institucional.
Este artigo trata do insucesso eleitoral dos incumbentes que disputaram a reeleição para deputado estadual nas eleições de 2018 no Estado do Paraná. O objetivo é investigar se há similaridades entre o perfil dos candidatos derrotados. A pesquisa foi realizada comparando o desempenho eleitoral dos 13 candidatos derrotados entre os deputados que tentaram reeleição no pleito de 2018. As hipóteses são: (I) que os derrotados compartilham um perfil prosopográfico semelhante; (II) diante da ascensão de novas forças políticas no cenário político de 2018, a erosão do capital político desses candidatos refletiu-se na perda de votos de uma eleição para a outra, culminando na derrota no pleito, e; (III) a opção pela migração partidária no caso dos incumbentes analisados desfavoreceu a conquista da reeleição. Os dados foram coletados do repositório do TSE, no site da ALEP, notícias e páginas online dos candidatos. Os resultados sobre os incumbentes foram obtidos pelas análises prosopográfica e cálculos de desempenho eleitoral, onde constatou-se que (a) profissionalização política e (b) alto número de mandatos consecutivos de candidatos com duas ou mais legislaturas foram significativas no perfil em comum dos derrotados; da mesma forma, a análise desempenho eleitoral vai de encontro à hipótese (II) ao apontar para uma considerável erosão de capital político por parte dos incumbentes, uma vez que todos perderam em média a 27,5% dos votos de uma eleição a outra, superior a ¼ da votação anterior; enquanto a hipótese (III) não se sustenta à luz das informações sobre migração partidária, uma vez que sete incumbentes optaram por ela, e outros seis se mantiveram fiéis aos seus partidos originários.
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