O objetivo do artigo é analisar maneiras pelas quais a tensão entre igualdade e diferença é debatida no feminismo contemporâneo, bem como as implicações em termos de possibilidades e desafios para a efetivação da democracia. A metodologia consistiu em observação participante realizada em eventos e reuniões organizados por ativistas da Marcha das Vadias do Rio de Janeiro, entre maio e agosto de 2014. Nos anos seguintes, acompanhamos essa e outras iniciativas feministas do Rio de Janeiro, bem como os debates online entre diversas correntes ideológicas atuais, particularmente transfeministas, “feministas radicais” e feministas negras. As conclusões apontam para o uso do conceito de interseccionalidade como possibilidade de resolução das diferenças em uma perspectiva de combate às opressões. Uma tensão ainda não resolvida é a possibilidade de radicalização da democracia, expressa no ideal de “horizontalidade”, visto pelas militantes como não efetivado nas interações.
O presente estudo enquadra-se em um conjunto de pesquisas que, a partir dos anos 2000, busca analisar a transexualidade mediante a crítica à patologização de identidades de gênero que operam fora do modelo que relaciona diretamente sexo anatômico ao gênero. O objetivo principal do artigo é descrever a relação de quatro jovens trans com a medicina, diagnóstico e serviços de saúde. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com quatro jovens com idades entre 18 e 22 anos. Apresentamos uma breve historicização da definição da transexualidade enquanto patologia; descrevemos as principais ideias médicas envolvidas na criação do “Processo Transexualizador” do Sistema Único de Saúde no Brasil. Por último, pretendemos apontar como determinadas exigências morais originam-se na noção de que a expressão de gênero está ancorada, em última instância, no sexo biológico.Palavras-chave: Gênero. Transexualidade. Serviços de saúde.
Resumo: O artigo apresentado é uma resenha do terceiro episódio da última temporada da série Girls de Lena Dunham. O objetivo é apontar as tensões entre teorias de gênero e movimentos feministas com o enfoque em produções artísticas realizadas por mulheres. Especialmente no que diz respeito a uma especificidade ou essência do ser mulher que refletiria sobre obras realizadas por mulheres.Palavras chave: gênero, feminismo, Girls
Este artigo resulta de uma pesquisa de doutorado em andamento. Seu objetivo é, a partir de uma etnografia de um júri público de feminicídio no Rio de Janeiro, ocorrido em 2019, analisar como diferentes noções de gênero e emoções permeiam os discursos tanto da defesa quanto da acusação do réu. Este trabalho visa contribuir com os estudos sobre violência contra a mulher com foco na análise do papel das emoções mobilizadas pelos atores envolvidos. O artigo discute o lugar das emoções no debate sobre violência e Estado, em oposição à ideia de que as emoções estariam presentes apenas na esfera privada (ou de que esta poderia ser separada da esfera pública). Procura também refletir sobre a mútua construção do gênero e do Estado e sobre o papel da violência nesse processo.
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