Resumo: Objetiva-se neste artigo problematizar o gênero novela, verificando como este se inscreve no território da produção literária juvenil. Para tanto, almeja-se refletir sobre a categorização desse gênero textual, definido de modo bastante irregular e heterogêneo, bem como sobre sua inserção nos livros didáticos contemporâneos de Língua Portuguesa. A título de ilustração do gênero novela, desenvolve-se uma proposta de leitura da obra Mais-que-perfeita adolescente, de Sylvia Orthof (2014), ilustrada por Elisabeth Teixeira, inclusa no PNLD Literário de 2018, destinado ao Ensino Médio. Em linhas gerais, propõe-se apresentar neste texto uma revisão bibliográfica em torno do gênero textual em questão, sinalizando a polêmica teórica instaurada, sua presença marginal nas escolas e suas potencialidades na formação do jovem leitor.
Este artigo tem como objetivo abordar a característica autorreferencial das poéticas de Monteiro Lobato e Lygia Bojunga, focalizando o discurso dos autores, muitas vezes diluído na fala das personagens, sobre literatura e ficção. Por meio da intertextualidade e da metalinguagem, as personagens têm inteira consciência de que existem apenas no plano das palavras, ou seja, no mundo ficcional criado pelo autor. O estudo, fundamentado na crítica textual contemporânea, demonstra que Lobato e Bojunga, embora inseridos em períodos histórico-sociais diferentes, aproximam-se, sobretudo por construírem uma linguagem que se volta para si mesma, a qual gera reflexão sobre a construção da arte literária e instaura sentidos.
Este artigo apresenta uma análise crítica sobre a obra Guerras! (2014), autoria de Laerthe Moraes Abreu Júnior, publicada pela editora ÔZé. A partir da abordagem dos recursos formais e da construção discursiva do texto, propomos uma reflexão sobre o amadurecimento do gênero juvenil sob a perspectiva de um tema pouco explorado na produção brasileira, a guerra como elemento central da narrativa. Partimos da premissa de que a opção temática implica a superação de dicotomias apontadas no contexto da constituição do campo teórico dos estudos sobre obras literárias para crianças e jovens, qual seja, do utilitarismo versus estético, do pedagogizante vesus literário. Embora as atuais pesquisas acadêmicas avancem para além dos limites dessas dicotomias, trazendo novos conceitos mais pertinentes para abarcar a complexidade formal e temática dos livros infantis e juvenis, as obras marcadas pelo tema da guerra demonstram a busca ainda incipiente dos escritores por um viés temático-formal que possa melhor dialogar com o horizonte peculiar de crianças e jovens; desafio que pode ser notado pelo tom atenuante de uma narração como a que nos deparamos em Guerras! explicitando uma etapa a ser superada quanto à elaboração estética de um tema tão impactante para formação de nossos leitores.
É com grande satisfação que apresentamos aos leitores da Nunces: estudos sobre Educação o Dossiê “Leitura e Formação de Professores”. O objetivo deste dossiê temático é proporcionar um espaço para potencializar o debate acerca da leitura e da formação de professores. Os artigos aqui reunidos apresentam diferentes abordagens teórico-metodológicas e mostram diferentes concepções, práticas e experiências no campo da leitura e da formação de professores.
Resenha livre da obra AGUIAR, Vera Teixeira de; MARTHA, Alice Áurea Penteado. Literatura infantil e juvenil: leituras plurais. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014. 260 p. http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v26i3.3915
Apresentar e analisar informações referentes ao acervo das bibliotecas escolares de sessenta e oito escolas de educação infantil do Oeste Paulista é o objetivo deste artigo, que parte de dados quantitativos e qualitativos obtidos com a realização da pesquisa ‘Literatura e primeira infância: dois municípios em cena e o PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola) na formação de crianças leitoras’. A investigação revela que as atividades para formar os leitores são esparsas e não favorecem o manuseio do livro como objeto cultural. Ademais, os responsáveis pelas bibliotecas não conhecem os acervos recebidos, não se veem como mediadores de leitura, bem como não consideram a biblioteca um espaço para aproximar livros e crianças.
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