RESUMO: Este artigo tem como objetivo discutir duas relações, destacadas por Lacan em uma coletiva de imprensa de 1974, entre ciência moderna, o real e a angústia: (a) uma, que se refere à manipulação laboratorial de bactéria; e (b) outra, da qual a primeira é dependente, que diz respeito aos impactos dos gadgets. Essa segunda relação remete às elaborações dos neologismos “aletosfera” e “latusa”, para indicar o estatuto de verdade que está envolvido na “atmosfera” e nas objetivações científicas. Esses termos originais, todavia, não têm por fim desprestigiar os avanços científicos, mas o de demonstrar teoricamente que tais avanços também implicam consequências subjetivas.
A pesquisa em psicanálise é um tema recorrentemente debatido e possui um já extenso histórico no contexto brasileiro. Este texto parte de uma discussão a respeito desse tema, mais especificamente, de uma discussão suscitada pelo texto Pesquisa de tipo teórico, de Luiz Alfredo Garcia-Roza, acerca da utilização do significante como modalidade própria de pesquisa psicanalítica. Para trabalhar tal questão, foram abordados os fundamentos do conceito de significante de Ferdinand de Saussure, bem como a sua passagem para a psicanálise, com o trabalho de Jacques Lacan. Com a elaboração da teoria do significante lacaniano, foi identificado que o significante não funciona como um conceito, mas como um método de abordagem, o que justifica compreendê-lo como uma lógica em detrimento de tratá-lo como um termo ordinário. Posteriormente, foram explorados o alcance e as implicações desse método de pesquisa, tendo como chaves de leitura importantes textos de Roland Barthes e Michel Foucault.
O presente artigo tem o objetivo de apresentar a concepção de ciência e de religião de Rubem Alves, com a proposta de extrair os seguintes aspectos: (1) a ciência e a religião se equivalem funcionalmente como linguagens possíveis que se destinam a ordenar o mundo – cada uma delas possuem características próprias para construir laços sociais e interpretar os fenômenos do mundo; e (2) a impossibilidade de a ciência moderna conhecer a religião, visto que tomar a religião como objeto distanciado da experiência humana retira o caráter essencial que a constitui, a saber, a experiência substancialmente subjetiva (a experiência emocional, estética e ética).
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